Luís Lopes ia deixar o filho de 11 anos na Diogo Cão e deparou-se com a escola fechada devido à greve nacional da função pública convocada para hoje. “Tenho mais dois filhos e esses tiveram aulas. Tive que vir confirmar se este tinha, porque as outras escolas estão a funcionar. Agora, vou ter de arranjar alguém que possa ficar com ele para eu ir trabalhar”, afirmou o pai aos jornalistas.

Luís Lopes referiu que o encerramento da escola “causa transtornos”. “Os dias de férias estão contados e não podemos tirar assim dias para estas coisas”, sublinhou.

Américo Leite, avô de uma menina de 10 anos, sabia da greve de hoje mas não fazia ideia que a escola ia fechar. “Agora, vou levá-la para minha casa porque pode ficar o dia comigo”, salientou.

Foram poucos os pais e encarregados de educação que quiseram prestar declarações aos jornalistas à porta desta escola, a única na cidade onde foram visíveis os efeitos da greve.

No centro de saúde número um, no centro de Vila Real, o cenário era de normalidade esta manhã.

Maria das Dores Coutinho foi fazer um curativo à mão e, à saída desta unidade de saúde, referiu que, lá dentro, estava tudo a funcionar. “Não me apercebi de nada. Fui logo atendida”, salientou.

Benjamim Pereira foi ali fazer um tratamento, no serviço de enfermagem, e disse que também foi "logo atendido”. “Não ouvi falar nada de greve. Na sala de espera chamam as pessoas e elas vão logo para dentro”, frisou.

Maria das Dores foi buscar receitas para a mãe doente. “Eu até pensei que houvesse problemas, porque ouvi na rádio [notícias] sobre a greve, mas afinal está tudo a correr bem. Já levo aqui as receitas”, sublinhou.

No Tribunal de Vila Real também não se verificou adesão à greve e os serviços estavam, esta manhã, a funcionar com normalidade.

Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), a greve nacional de hoje na Função Pública foi anunciada no início de abril para reivindicar aumentos salariais, pagamento de horas extraordinárias e as 35 horas de trabalho semanais para todos os funcionários do Estado.

O regime das 35 horas foi reposto em julho de 2016, deixando de fora os funcionários com contrato individual de trabalho, sobretudo os que prestam serviço nos hospitais EPE.

A FNSTFPS, afeta à CGTP, é composta pelos sindicatos do norte, centro, sul, regiões autónomas e consulares, e representa 330 mil funcionários.

A última greve geral convocada pela FNSTFPS com vista à reposição das 35 horas semanais realizou-se em janeiro do ano passado, e teve, segundo a estrutura, uma adesão média entre 70% e 80%, incluindo os hospitais.