Quando a mulher está sob o efeito de stress durante a gravidez, o feto fica mais suscetível de desenvolver comportamentos aditivos e de toxicodependência na idade adulta. O estudo sobre a influência do stress na gravidez foi realizado por Nuno Sousa, investigador da Universidade do Minho e distinguido com o prémio Janssen Neurociências.
A investigação foi elaborada em ratos e concluiu que há “uma suscetibilidade para uma procura maior de drogas”, afirmou Nuno Sousa à Lusa, acrescentando que “quando adultos estes animais, cujas mães foram tratadas com glucocorticoide sintético, têm maior propensão para o etanol e suscetibilidade para a morfina”. “Os estudos mediram a hormona responsável pelo prazer, a dopamina e verificou-se que estes animais, que tinham mais tendência para procura de substâncias aditivas, tinham menos dopamina no cérebro, mas mais recetores para a dopamina”, explicou. Apesar de as conclusões serem muito promissoras, nomeadamente para prevenir comportamentos aditivos nos jovens, a aplicabilidade clínica ainda está longe, reconhece o investigador, explicando que a fase seguinte será desenvolver a mesma investigação com humanos. A investigação foi conduzida durante sete anos no Instituto de Investigação de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS), da Universidade do Minho. O prémio será formalmente entregue no dia 15 de março, em Lisboa.
13 de março de 2012