A guerra na Síria mantém-se, sem interrupções nem piedade, há mais de 5 anos. Desde março de 2011, já morreram cerca de 400 mil pessoas, segundo números do Governo de Damasco e do Observatório Sírio dos Direitos Humanos. O flagelo contabiliza, até ao momento, mais de 4 milhões de refugiados e quase 8 milhões de deslocados.

Em Alepo, no norte do país, as crianças estão determinadas a defender-se: o fumo dos pneus dificulta a visibilidade dos pilotos que bombardeiam a zona leste da cidade, controlada desde 2012 por grupos que se opõem ao governo do Presidente e ditador Bashar al-Assad.

Para Rami Jarrah, repórter da BBC, a estratégia é eficaz. "O fumo confunde os pilotos dos aviões e acaba por permitir aos rebeldes ter acesso a rotas de abastecimento", explica. "Toda a gente está a queimar pneus, mas nas atuais circunstâncias da resistência, essa é realmente a única coisa que as crianças podem fazer", acrescenta.

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Durante as últimas semanas, a zona leste da cidade síria sofreu intensos ataques de forças governamentais, que contam com o apoio aéreo da Rússia, aliado de Assad. As organizações humanitárias calculam que ainda haja 250 mil civis a viver em Alepo, uma cidade parcialmente controlada pela oposição.

No entanto, as forças do regime sírio, apoiadas por ataques aéreos russos, recuperaram na terça-feira vários montes e localidades em poder de rebeldes na periferia sudoeste de Alepo.

A contra ofensiva reduziu a quase nada os ganhos dos rebeldes na ofensiva lançada no domingo para romper o cerco imposto pelo regime aos bairros no leste da cidade.

Alepo está dividida desde julho de 2012, com os bairros da zona oeste nas mãos de forças governamentais e os do leste controlados pelos rebeldes, estando estes completamente cercados desde 17 de julho.