No ano passado, quase um quarto (22,8%) dos casamentos foi entre noivos que já tinham filhos em comum. A notícia é avançada pelo Diário de Notícias.

Sejam quais forem as razões, a verdade é que cada vez menos há a necessidade de seguir o guião tradicional: casamento, vivência em comum e filhos. Quem o diz é Maria João Valente Rosa, demógrafa e diretora do Pordata, portal de estatística da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

"O casamento é uma ligação entre os dois e já é visto como independente do projeto dos filhos e na verdade são projetos independentes", comenta a especialista citada pelo referido jornal.

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"O guião que existia e que nos conduzia ao longo da vida é cada vez menos único, existem guiões e há múltiplas histórias e todas são possíveis. Algumas vão ganhando destaque pelo peso estatístico, mas não significa que o casamento acaba", aponta a professora universitária.

Depois da quebra de 63 752 casamentos no ano de 2000 para o mínimo histórico de 31 478 em 2014, as uniões têm vindo a aumentar desde então. Em 2016 (último ano em que há dados oficiais), registaram-se 32 399 casamentos, dos quais 422 entre pessoas do mesmo sexo.

Dos 31 977 casamentos entre pessoas de sexo oposto, 7312 já tinham filhos em comum (a estatística só está disponível para os casamentos heterossexuais).