A Universidade de Zurique, na Suíça, criou a primeira cátedra mundial de investigação médica dedicada ao leite materno. Com um financiamento de 20 milhões de francos suíços, cerca de 19,3 milhões de euros, assegurado pela fundação da família Larsson-Rosenquist, deverá arrancar já em 2016 e prolongar a sua atividade científica pelo menos até 2041, uma vez que o período acordado pelas entidades envolvidas é de 25 anos. Uma das suas primeiras ações consistirá na compilação das investigações internacionais mais recentes acerca da problemática da amamentação, sintetizando informação sobre os novos componentes e funcionalidades desta substância orgânica.

É sabido que o leite materno desempenha um papel de proteção imunitária e de prevenção de alergias, diminuindo os riscos de doença dos recém-nascidos e dos bebés prematuros. No entanto, ao contrário de outros alimentos, continuam a existir poucos estudos acerca dos seus benefícios e até das suas possíveis contraindicações. Com esta nova cátedra, que será integrada na sua faculdade de medicina, a Universidade de Zurique pretende colmatar esta lacuna. O serviço de neonatologia e o de pediatria do hospital universitário da cidade também colaborarão com a nova estrutura, à semelhança do hospital infantil da localidade.

«Esta cátedra vai reforçar ainda mais o prestígio internacional da universidade no que se refere à investigação médica», assegura Michael Hengartner, reitor da instituição. Sediada em Zoug, a fundação da família Larsson-Rosenquist, que também financia uma cátedra de pesquisa bioquímica em lactologia humana na Universidade da Austrália, em Perth, é a única no mundo a colocar a temática do leite materno e do aleitamento maternal no topo da sua esfera de preocupações. «O nosso trabalho vai ter repercussões em termos de pediatria a nível mundial», acredita Michael Hengartner.

Texto: Luis Batista Gonçalves