Os dados constam do relatório anual da Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância, divulgado esta terça-feira, e que revela, no geral, que quase setenta milhões de crianças morrerão antes dos cinco anos até 2030 se a comunidade internacional não investir já nas mais crianças pobres.
De acordo com a Unicef, e tendo por base dados do Eurostat para 2014, 19,5% da população portuguesa vivia em risco de pobreza.
Entre os adultos o risco de pobreza era de 18,1%, enquanto entre as crianças o risco era bastante mais elevado e chegava aos 25,6%, enquanto a média europeia foi de 16,3% e 21,1%, respetivamente.
Numa lista de 197 países, Portugal aparece na 166.ª posição, ex-aequo com mais 15 países que partilham uma taxa de mortalidade infantil até aos cinco anos de quatro crianças em cada mil.
O país mais mal classificado é Angola, em 1.º lugar, com a maior taxa de mortalidade infantil do mundo: 157 em cada mil crianças morrem antes dos cinco anos no país.
Mortalidade infantil reduziu 94% desde 1970
Especificamente em relação a Portugal, a Unicef revela que a taxa de mortalidade infantil até aos cinco anos de idade teve uma redução de 94% desde 1970, ano em que morriam 68 crianças em cada mil nascimentos. Esse número cai para 15 mortes em 1990, para sete em 2000 e para quatro em 2015, o que significa, de acordo com os dados da Unicef, que houve uma redução de 76% desde 1990 e de 50% desde 2000.
Em 2015, a taxa de mortalidade até aos cinco anos de idade por sexo era de quatro mortes entre os rapazes e de três mortes entre as raparigas.
Já a mortalidade infantil até um ano de idade era, no ano passado, de três mortes em cada mil nascimentos, contra 12 em 1990, o que representa um decréscimo de 75%.
No que diz respeito à mortalidade neonatal, ou seja, até aos 28 dias de idade, Portugal tinha uma taxa de duas mortes por cada mil nascimentos.
Segundo a Unicef, nasceram no ano passado 83 crianças e não se registou qualquer morte infantil até aos cinco anos de idade, sendo que a esperança de vida à nascença era de 81 anos.
Por outro lado, uma em cada 8.200 mulheres corria o risco de morrer durante o trabalho de parto.
Os dados para Portugal revelam que, em matéria de educação, a taxa de alfabetização dos jovens com idade entre os 15 e os 24 anos foi de 99% entre 2009 e 2014.
Para o mesmo período, 92% de rapazes e 89% de raparigas frequentaram o pré-escolar, ao mesmo tempo que apenas 1% das crianças não frequentou a escola primária, o que representou sete alunos.
Na escola secundária inscreveram-se 92% dos rapazes e 94% das raparigas.
Os indicadores demográficos revelam que, em 2015, Portugal tinha 10.350 mil habitantes, dos quais 1.782 mil com menos de 18 anos e 439 mil com menos de cinco anos. 1.072 mil pessoas tinham entre 10 e 19 anos, representando 10% da população.
A taxa de crescimento anual da população foi de 0,2% entre 1990 e 2015, prevendo-se um decréscimo de 0,3% entre 2015 e 2030.
Relativamente à saúde, a totalidade da população tem acesso a água potável, bem como a instalações sanitárias.
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