"Nós, como pais, vivemos com o coração nas mãos diariamente", comentou Susana Ribeiro, presidente da associação de pais.

Em declarações à Lusa junto ao portão principal da escola, onde na manhã de hoje se manifestaram alunos e encarregados de educação, acompanhados por vários docentes, a representante dos pais disse que a situação atual é inadmissível.

"Basta", exclamou, aplaudida pelos alunos que empunhavam dezenas de cartazes a alertar para os problemas de segurança.

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"Única escola do Norte com obras por concluir", "Queremos um pavilhão desportivo", "Segurança em primeiro lugar", "Por uma escola segura" e "Contentores são para o lixo" eram algumas das frases que se podiam ler e entoadas pelas vozes dos estudantes, de várias idades.

Enquanto se ouviam os ruidosos protestos dos alunos, a represente dos pais exigiu que as obras estejam concluídas até ao início do próximo ano letivo.

Obras suspensas pelo anterior governo

Segundo a direção da escola, as obras no estabelecimento foram iniciadas em 2011 e acabaram por ser suspensas com o anterior Governo. As obras foram retomadas já com o atual executivo, mas foram novamente interrompidas há pouco mais de dois anos. Até ao momento, foram realizados dois terços da obra, mas falta fazer um dos três blocos de aulas, o pavilhão desportivo e a cantina.

Neste momento, estão colocados vários módulos onde funcionam 10 salas de aulas e uma cantina.

À Lusa, Susana Ribeiro acentuou hoje que a falta de segurança provocada pela obra é o que mais preocupa a comunidade escolar, sobretudo o facto de os alunos que utilizam os autocarros serem obrigados a entrar e sair do estabelecimento por um acesso alternativo, "junto a uma estrada nacional com muito movimento".

"Nas horas de entrada e saída é um caos", alertou, recordando que em novembro uma aluna foi atropelada e sofreu ferimentos graves, obrigando a internamento hospitalar.

A representante dos pais acrescentou que os alunos não têm pavilhão desportivo e são obrigados a fazer as refeições num contentor com capacidade para 100 estudantes, numa escola com 1.300 alunos.

Insistindo na falta de segurança, recordou que um recente simulacro de incêndio concluiu que escola não tem condições de segurança, nem sequer um acesso para os veículos dos bombeiros, que está fechado devido às obras.

Susana Ribeiro criticou, por outro lado, que alegados problemas financeiros estejam a impedir o recomeço das aulas.

"Isto é um jogo a nível financeiro e nós somos alheios a isso. Como cidadãos pagamos os nossos impostos e queremos que as coisas também sejam resolvidas e em sete anos já tiveram muito tempo para resolver esta situação", afirmou.

A dirigente disse haver uma petição na Internet a exigir a finalização das obras e que, caso não se resolva a situação, os pais avançarão com mais medidas, que não quis especificar.