Nesta posição, expressa em comunicado, o presidente da Associação de Pais da Escola Básica de Silvalde José Gomes, afirma que o referido rapaz frequenta o 4.º ano e "foi vítima de agressões físicas por parte da progenitora de um [outro] aluno” que faz denúncias para a comunicação social sem rigor".

O texto precisa que a agressão se consumou a 24 de março e adianta que "à hora da saída das atividades escolares, a criança teve de ser protegida das agressões físicas”. Este processo, acrescenta, “será julgado pelas instituições competentes".

José Gomes admite que o comportamento da criança com necessidades especiais sofreu alterações no início de março, devido a mudanças na sua medicação diária, mas defende que é preciso "proteger todas as crianças integradas nas escolas básicas do concelho", pelo que apela a que, antes de ser emitida "opinião ou condenação", educadores e sociedade em geral tratem primeiro de se "inteirar sobre o problema".

O responsável da associação de pais realça, aliás, a falta de preparação generalizada para lidar com crianças com necessidades especiais: "Deixo também um alerta aos nossos governantes, porque temos muito que aprender com estas situações. Nós, pais e escola, não estamos preparados para estas crianças e precisamos de mais apoios para trabalhar com elas, mais formação e informação".

Criança acompanhada

O documento realça que o rapaz em causa é acompanhado tanto por uma docente de Educação Especial como pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Espinho, que "tem encetado esforços diários para responder às necessidades da criança, da família e da escola".

"A criança tem mantido um comportamento controlável nos diversos contextos em que se encontra integrada", diz o comunicado. "Faz medicação diária para controlo de impulsos e essa sofreu alterações no final de fevereiro. (…) A 10 de março a criança teve um episódio de descompensação que originou uma alteração comportamental dentro da escola, mas esse foi de imediato controlado pelos adultos e em momento algum pôs em perigo a vida de qualquer elemento da comunidade escolar", acrescenta.

A CPCJ tem reunido periodicamente com a professora do aluno, psicóloga e outros responsáveis "na tentativa de concertar estratégias adequadas para intervir junto da criança e da família", tento também solicitado "a reavaliação clínica da criança, no sentido de verificar-se a necessidade de ajuste farmacológico" à sua sintomatologia.