Apesar da chuva, os pais e encarregados de educação mantiveram-se na entrada do estabelecimento de ensino privado, onde foi colocada uma faixa amarela com a frase “Para nós, outro colégio não é opção”.

“Queremos apenas que reponham as nossas turmas, não queremos mais nenhuma do que aquelas a que temos direito. São três turmas, uma do 5.º ano e duas do 7.º, que nos retiraram no âmbito deste concurso, que já começou torto”, disse aos jornalistas a presidente da associação de pais, Isabel Sá.

O Colégio da Via-Sacra tinha, há mais de dez anos, 16 turmas do 5.º ao 9.º ano ao abrigo do contrato de associação com o Estado, que permite aos alunos frequentarem o ensino gratuitamente. Para o ano letivo que hoje começou, pretendia manter as 16 turmas, quatro das quais no 7.º ano e três em cada um dos restantes anos.

No entanto, no âmbito do concurso público para a celebração de contratos de associação, o Colégio da Via Sacra ficou com apenas duas turmas do 5.º ano e duas do 7.º ano e um outro estabelecimento de ensino particular da freguesia de Viseu, o Colégio da Imaculada Conceição, com duas turmas do 5.º ano e duas do 7.º ano.

Isabel Sá contou que todos os alunos que estavam matriculados estão a começar o ano letivo no Colégio da Via-Sacra, porque os pais e encarregados de educação acreditam no seu projeto educativo e na sua direção, com a qual estão solidários.

No entanto, e apesar de a providência cautelar apresentada pela direção ter sido admitida pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu, não sabem se haverá condições para aí acabarem o ano letivo.

“Ao senhor ministro, queremos deixar um apelo sentido: que veja bem como é que as coisas foram feitas, que analise e que nos devolva as três turmas, é a única coisa que pedimos”, frisou.

Isabel Sá garantiu que “esta história não chegou ao fim” e que, se for preciso, os pais vão a Lisboa falar com o ministro da Educação.

“Somos pessoas educadas, não estamos a perturbar ninguém, não queremos fazer confusão, não queremos arranjar conflitos. Queremos apenas conversar e perceber o porquê de muitas situações que aconteceram neste concurso”, acrescentou.

Marla Pinheiro era uma das mãe presentes na manifestação. Tem dois filhos no Colégio da Via-Sacra, um no 5.º e outro no 7.º ano, e garante que é neste estabelecimento de ensino que eles vão ficar.

“Tem que se resolver, porque isto é uma enorme injustiça. Os miúdos já frequentavam a escola, porque não hão de continuar? Foi esta a minha opção enquanto mãe”, frisou.

Também Glória Murça pretende deixar a filha no colégio, dispondo-se mesmo a pagar para isso, se essa for a única solução.

“Outro colégio para nós não é opção. Já tive cá a primeira (filha), já saiu, andou cá até ao nono ano”, contou, prometendo lutar ao lado da direção.