Os níveis de um biomarcador no sangue de uma mulher grávida podem ajudar os médicos a avaliar o risco de esta vir a desenvolver diabetes gestacional durante o primeiro trimestre, de acordo com um estudo publicado hoje no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM), da Endocrine Society.

 

A diabetes gestacional é uma forma de diabetes que pode desenvolver-se durante a gravidez, geralmente durante o segundo trimestre, e traduz-se como uma intolerância aos hidratos de carbono. O diagnóstico e o tratamento precoces podem ajudar a grávida a controlar a doença. Se não for tratada, a glicemia elevada na mãe aumenta o risco de problemas de icterícia, hipoglicemia e respiratórios no recém-nascido. Também a diabetes gestacional não controlada pode aumentar o risco de parto prematuro e pré-eclâmpsia ou hipertensão induzida pela gravidez.

 

«Embora seja importante intervir rapidamente em casos de diabetes gestacional, muitas vezes só as mulheres que têm fatores de risco como história familiar ou obesidade são referenciadas no início da gravidez», afirma um dos autores do estudo, Atsuhiro Ichihara, da Universidade Médica da Mulher, de Tóquio, no Japão. «As mulheres que não apresentam fatores de risco tradicionais não podem ser diagnosticadas até o segundo trimestre. O método desenvolvido neste estudo oferece a todas as mulheres grávidas a oportunidade de conhecer o seu risco desde o início da gravidez.»

 

O estudo prospetivo de coorte testou o sangue de 716 mulheres grávidas durante o primeiro trimestre para medir os níveis do recetor solúvel prorenina ou. Das participantes, 44 mulheres desenvolveram diabetes gestacional.

 

Os investigadores descobriram que mulheres grávidas com elevados níveis de prorenina eram mais propensas a serem diagnosticadas com diabetes gestacional. As mulheres que tiveram o os níveis mais altos de prorenina eram 2,9 vezes mais propensas a desenvolver diabetes gestacional do que as mulheres que tinham os níveis mais baixos.

 

«Além de diabetes gestacional, estudos recentes têm encontrado que elevados níveis de prorenina estão associados ao nascimento de bebés maiores e a tensão alta no final da gravidez», declara Atsuhiro Ichihara. «A evidência sugere o biomarcador é importante para a interação entre a mãe e o feto durante a gravidez.»

 

 

Maria João Pratt