A partir de hoje o novo Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil (PNSIJ), desenvolvido pela Direção-Geral da Saúde entra gradualmente em vigor, na sequência do projeto-piloto até agora no terreno.

 

Ao longo dos 21 anos desde a sua implementação, o PNSIJ tem sido objeto de atualizações periódicas, em função da evolução científica e da necessidade de desenvolver respostas mais adequadas a velhos e novos desafios que se colocam num mundo global e em constante mudança.

 

Do PNSIJ constam, de forma sintética, as principais linhas orientadoras de avaliação, monitorização e intervenção, que as equipas de profissionais devem observar no âmbito da promoção, prevenção, proteção e provisão de cuidados de saúde às crianças e aos adolescentes.

 

As principais inovações do PNSIJ em 2013 são:

? Alteração na cronologia referente à idade?chave do plano de vigilância da Consulta de Saúde Infantil e Juvenil e aumento do número de consultas de 17 para 18;

? Adoção de novas curvas?padrão de crescimento preconizadas pela Organização Mundial da Saúde, mais consentâneas com as características da população portuguesa;

? Reforço significativo da importância das questões relacionadas com o desenvolvimento infantil, com as perturbações emocionais e do comportamento e com os maus tratos;

? Divulgação generalizada de informação relevante em matéria de saúde infantil e juvenil;

? Criação de um único sistema de registo informático de apoio à prática clínica médica e de enfermagem, permitindo a complementaridade nas intervenções, rentabilização de recursos humanos e evita a duplicação de registos de dois sistemas isolados;

? Criação do eBoletim, que é versão digital do Boletim de Saúde Infantil e Juvenil, que vem permitir a mães, pais ou outros cuidadores de crianças nascidas a partir de junho de 2013, optarem por esta alternativa em vez do tradicional modelo em suporte de papel.

 

A novidade do eBoletim

Já dois recém nascidos foram registados de acordo com o novo PNSIJ e foi gerado o número de utente, ainda antes de terem alta, e de forma automática inscritos no centro de saúde e associados ao médico de família da mãe. As unidades de saúde ficam a saber assim, através do Registo Nacional de Utentes (RNU), os seus novos utentes. Este processo permitirá também o registo do número de utente no Sistema Integrado de Informação Hospitalar (SONHO) ainda com as crianças no hospital e a geração do eBoletim, na Plataforma de Dados da Saúde, para recém-nascidos, já com número de utente atribuído.

 

«O uso do eBoletim apresenta diversas vantagens», declara Francisco George, diretor-geral da Saúde. «É de fácil utilização e permite o acesso simplificado à informação. A sua disponibilização na rede de internet inclui a utilização de sistemas inteligentes e automáticos de alerta, que permitem transmitir informações importantes quer aos utentes, quer aos profissionais, sobre marcações de consultas, reforço de vacinas, realização de exames clínicos, etc.», refere.

 

«Por exemplo, no caso de um bebé de meses, os pais serão avisados por e?mail sempre que estiver programada uma consulta e no período entre consultas receberão informação de saúde respeitante à etapa de desenvolvimento do seu filho», exemplifica Francisco George.

 

Com o objetivo de familiarizar os profissionais de todo o país com as alterações introduzidas, têm?se realizado sessões de informação e de formação de modo a facilitar a implementação nacional do PSNIJ 2013, quer a nível dos cuidados primários, quer a nível hospitalar.

 

A entrada em vigor dos boletins de Saúde Infantil e Juvenil em versão papel e do eBoletim será gradual, prevendo?se a sua conclusão até ao final de 2013 a nível dos cuidados primários e em 2014 na vertente hospitalar.

 

 

Maria João Pratt