A violência e as relações sociais constituem as grandes preocupações das crianças de hoje. Esta é uma das principais conclusões de uma sondagem da Highlights, a revista infantil mais lida dos EUA, feita junto dos mais novos.
Segundo esta sondagem, a influência das celebridades nos miúdos rivaliza cada vez mais com a dos professores. O papel dos “famosos” parece ter aumentado significativamente ao longo da última década. No entanto, há certas coisas que não mudaram. De acordo com a sondagem, as crianças ainda recorrem primeiro aos pais quando precisam de resolver um problema ou manifestar a sua opinião face a alguma coisa que consideram muito importante.
Na décima edição deste estudo, apelidado de State of the Kid, quando inquiridas sobre o nome de alguém que admiram ou respeitam além dos pais, 25% das crianças falaram dos professores (mais 17% do que em 2009) e 15% de “celebridades”.
Ao contrário do que se possa pensar, a infância não é um território de despreocupação, ainda para mais num mundo marcado pelo impacto da violência, que chega todos os dias às famílias através dos media e das redes sociais.
Um terço das crianças inquiridas afirmaram que ser criança “é difícil”. Das mais ansiosos, 16% afirmaram recorrer a familiares e amigos na altura de manifestar as suas preocupações. E quais são elas, afinal?
Para 11% dos miúdos, a violência e a falta de segurança é o que mais perturba os seus pensamentos, sendo que 35% citaram concretamente a violência na escola como motivo de preocupação e só 12% se revelaram inquietos com os resultados académicos. Segundo a Highlights, estas respostas indiciam que os mais novos estão a lidar com preocupações mais “adultas” do que nunca.
Simultaneamente, “estamos a criar uma geração de espetadores que acreditam que os adultos e o mundo em geral se preocupam com o que eles têm a dizer e que agem quando percebem a necessidade de fazer justiça”, refere a publicação. Tanto assim que 90% das crianças afirmou acreditar que os adultos se importam com a opinião delas.
Quando questionados sobre a possibilidade de adquirirem um super-poder, 17% dos miúdos afirmaram que o usariam para ajudar os outros. A pesquisa também revelou que as crianças prestam cada vez mais atenção a questões sociais e mesmo as de tenra idade acreditam que podem vir a melhorar o mundo com as suas ações. Jennifer Miller, especialista em desenvolvimento infantil, afirma a este propósito: “Hoje, é fundamental que pais e educadores mantenham um diálogo aberto e permanente com os mais novos, tendo noção de que isso influencia – e muito - o seu desenvolvimento social e emocional”.
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