Este ano, as aulas podiam começar entre os dias 15 e 21 de setembro, mas a grande maioria dos diretores escolares optou pelo último dia para garantir que já teria todos os professores colocados.

“São casos excecionais os que começaram as aulas a 15 de setembro. Depois da experiência do ano passado, os diretores tinham medo que as coisas corressem mal outra vez e, para não correr riscos, optaram por marcar para os últimos dias”, explicou à Lusa Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

No ano passado, os atrasos na colocação de docentes fizeram com que milhares de alunos ficassem mais de um mês sem professores. Este ano, esses casos são pontais, segundo uma ronda feita pela Lusa a várias escolas do país.

Este ano, 5.878 estabelecimentos de ensino da rede pública vão receber cerca de um milhão e duzentos mil alunos, segundo os dados mais recentes do Ministério da Educação e Ciência (MEC).

Novidades no novo ano

O novo ano fica marcado pela obrigatoriedade do inglês no 3.º ano de escolaridade, que será dado por docentes daquela disciplina a quem o MEC já garantiu que irá pagar as deslocações nos casos em tenham de dar aulas a várias escolas que ficam distantes entre si.

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) vai divulgar hoje um levantamento que fez junto dos estabelecimentos de ensino para tentar perceber a situação que se vive nas escolas.

Para a Fenprof, a opção pelo último dia resulta da “desconfiança que têm da equipa ministerial e da sua capacidade para, antes dessa data, garantir as condições adequadas a uma normal abertura das atividades letivas”.

“Assim, teremos a abertura de ano letivo mais tardia do século XXI, cujas datas de recomeço das aulas se situavam, até agora, entre 10 (2001/2002) e 17 de setembro (2007/2008). A esta abertura tardia não será alheia a realização de eleições, ficando apenas 10 dias úteis entre o recomeço das aulas e o ato eleitoral”, sublinha a Fenprof em comunicado enviado para as redações.