"Os discos para crianças que tenho ouvido são muito básicos em termos de harmonias e eu queria fazer uma coisa diferente, com instrumentos que as crianças habitualmente não ouvem neste tipo de discos, como o fagote, o oboé, a tuba", explicou Luísa Sobral.

"Lu-pu-i-pi-sa-pa" é o terceiro álbum da cantora portuguesa - o primeiro interpretado totalmente em português -, com letras que se inspiram, quase todas, na infância, mas "que falam de coisas que qualquer criança passa".

O disco faz referência aos amigos, à escola, a brincadeiras de crianças - como a língua dos "pês" -, fala da morte, dos animais de estimação, do natal e do "bullying": "Fiz alguma pesquisa, falei com amigos procurei nas minhas memórias, que são muito visuais, situações no recreio da escola, com os amigos".

Musicalmente, este novo álbum de Luísa Sobral não se afasta dos discos anteriores - "The cherry on my cake" e "There's a flower in my bedroom" -, pop influenciada pela folk e pelo jazz.

À voz e guitarra acústica, Luísa Sobral acrescentou flauta de bisel, banjo, ukulele, saxofone, clarinete, trombone, tuba, oboé, fagote, violinos, violoncelo, assobios, palmas, percussões e piano.

Com produção de Luís Figueiredo, o álbum com a participação do Quarteto Arabesco e com a Orquestra Clássica do Sul, sob a direção do maestro Cesário Costa.

Para Luísa Sobral, este disco pode ser ouvido por pais e filhos, nos momentos em que estão juntos, em casa, em viagem no carro, exemplificou.

"Eu lembro-me de fazer viagens grandes com os meus pais e ouvir os discos de Cabeças no Ar, Rio Grande, umas cassetes dos Beatles e do Prince", recorda a cantora, de 27 anos.

O álbum tem ilustração e trabalho gráfico da ilustradora Catarina Sobral, autora dos álbuns para a infância "Greve", "Achimpa", "O meu avô" e "Vazio".

Luísa Sobral tem andado em digressão com o mais recente trabalho, "There's a flower in my bedroom", editado em 2013, e que a levará em janeiro à Alemanha, Suíça e Luxemburgo.

A cantora não deverá misturar repertórios e quer apresentar "Lu-pu-i-pi-sa-pa" a partir de fevereiro, num espetáculo com uma maior componente visual, asssinada por Catarina Sobral.