Após a realização da campanha da Associação para o Planeamento da Família (APF) sob o mote «Jogo de Cintura para uma Contracepção Segura», são agora divulgados os resultados dos questionários realizados em cerca de 15 Universidades nacionais.
  Esta acção que contou com a parceria científica da Sociedade Portuguesa de Contracepção, o apoio financeiro da Direcção-Geral de Saúde e o patrocínio da MSD e da Antena 3, teve o objectivo de contribuir para uma maior e melhor informação sobre Contracepção aos jovens universitários.
Na análise de 2.741 questionários, 64% dos estudantes revelou utilizar apenas um método contraceptivo, em que o preservativo aparece em primeiro lugar (49%), seguido da pílula (38%). Apesar da pílula ser um dos métodos contraceptivos mais referenciado, cerca de 76% das utilizadoras reconhecem esquecer a sua toma, expondo-se a uma gravidez não-desejada. Foi igualmente possível verificar que a predisposição desta população para a utilização de métodos alternativos de contracepção está directamente dependente do conhecimento que têm sobre os mesmos. O conhecimento de alternativas aos métodos convencionais (preservativo e pílula) é amplamente mais reduzido: o anel vaginal, em conjunto com outras opções, é referenciado somente por 30% dos estudantes. Somente 0,5% referiu utilizar o anel vaginal e 48% da população analisada desconhece que este é um método contraceptivo hormonal que se introduz na vagina com um período de actuação de três semanas.
É importante referir ainda que 18% dos inquiridos não respondeu qual a forma de contracepção que utiliza e cerca de 5% especificou que não utiliza qualquer método contraceptivo, mesmo 98% dos inquiridos referirem que sabem que existem métodos contraceptivos disponibilizados gratuitamente nos centros de saúde.
  Outro dos números que certifica o desconhecimento dos jovens sobre a saúde sexual e reprodutiva regista-se quando 46% dos estudantes afirma desconhecer que o 1.º dia de um ciclo corresponde ao 1.º dia da menstruação e 49% acredita que a infecção sexualmente transmissível clamídia (Infecção Sexualmente Transmissível) é uma simples infecção urinária. Apesar de uma percentagem baixa, não deixa de ser preocupante 4,3% dos estudantes considerarem como “verdadeiro” o pressuposto de “Só homossexuais, prostitutas e toxicodependentes podem ser infectados pelo HIV/SIDA”.
Considerando que este é um grupo de jovens universitários e que tem um acesso privilegiado à informação, existe ainda um longo caminho a percorrer no esclarecimento e na informação desta população. É necessário sensibilizá-los para a temática e relevância da saúde sexual e reprodutiva e para as escolhas mais convenientes e adequadas com uma atitude responsável na contracepção. A sexualidade é uma importante componente da vida sexual e das relações, e deve ser vivida de forma saudável, gratificante e sem riscos. Os métodos contraceptivos são essenciais para prevenir e evitar gravidezes não desejadas, e alguns deles são também um instrumento indispensável para a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis.
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20 de fevereiro de 2012