
A situação só foi identificada quando a mãe e a criança se dirigiram, a 30 de dezembro de 2014, a uma agência bancária no seu concelho de residência, em Condeixa-a-Nova, para depositar 970 euros que o menor, de 11 anos, tinha amealhado ao longo dos anos.
O funcionário bancário suspeitou da genuinidade das notas e chamou a GNR ao local, refere o Ministério Público (MP), no despacho a que a agência Lusa teve acesso.
De acordo com o MP, todas as notas que iam ser depositadas eram falsas e terão sido criadas pelo companheiro da mãe da vítima, um técnico funerário de uma empresa de Mira e que mora atualmente em Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro.
O homem, que residia na mesma casa da progenitora e do menor à data dos factos, começou a dedicar-se "às apostas a dinheiro ‘online'" em 2012, perdendo o que ganhara inicialmente com esta atividade, como "também as suas economias" e "o que conseguia arranjar junto dos seus pais e amigos", conta o Ministério Público. Sem conseguir controlar o vício ou fazer "face às dívidas", o arguido começou por retirar, em outubro de 2014, quantias de dinheiro que o filho da sua companheira guardava "numa gaveta do camiseiro do seu quarto", resultado das prendas que recebia dos familiares em ocasiões como o aniversário, Natal e Páscoa.
Homem só está indiciado pelo crime de contrafação de moeda
"Quando [o homem] já se tinha apropriado de cerca de 300 euros", a criança começou a queixar-se da falta de dinheiro. Para ludibriar o menor, o arguido terá fabricado "notas falsas", pesquisando, através do motor de busca Google, imagens de notas de 20, 50 e 100 euros, que acabou por imprimir.
Posteriormente, retirou 830 euros que a criança tinha amealhado e colocou na gaveta as notas falsas que tinha criado, "semelhantes às notas do Banco Central Europeu e suscetíveis de enganar a generalidade das pessoas". Após o natal de 2014 e tendo conhecimento que a criança tinha recebido 140 euros dos familiares, o arguido voltou a retirar as notas verdadeiras e a trocá-las por notas falsas.
A 30 de dezembro, quando a mãe da criança teve conhecimento da suspeita de as notas serem falsas teve uma indisposição, que a obrigou a ser transportada para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). O arguido é acusado de um crime de contrafação de moeda. A leitura de sentença decorre na sexta-feira às 13h30, no Tribunal de Coimbra.
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