"É completamente falso que tenha impedido ou condicionado a liberdade de escolha e, em complemento, posso informar que o primeiro pedido de transferência, de uma aluna que pretende frequentar 5.º ano, naquela escola, entrado há quatro dias, foi, por mim, imediatamente deferido", referiu hoje João Viveiro à agência Lusa.

O movimento Defesa da Escola Ponto denunciou na quinta-feira que o diretor daquele Agrupamento de Escolas terá impedido alguns pais e encarregados de educação de inscreverem os filhos numa escola com contrato de associação.

Segundo o movimento, no dia 21, o Agrupamento de Escolas Dr. Guilherme Correia de Carvalho "impediu pais e encarregados de educação de matricularem os seus filhos no 5.º ano na Escola Evaristo Nogueira, que tem contrato de associação".

Hoje, numa nota enviada à Lusa, o diretor João Viveiro rejeita as críticas e esclarece que "não há um único aluno, do futuro 7.º ano, daquela escola", que tivesse pedido, até ao momento, transferência para a Escola Guilherme Correia de Carvalho e "nunca" esteve "sequer preocupado com isso". "Sinto que é um imperativo proceder criminalmente contra essa organização, porque não vale tudo e aquele movimento já há muito ultrapassou os limites do razoável", admite.

Informação "é falsa e caluniosa", diz diretor do agrupamento

No documento, João Viveiro refere que a notícia veiculada através dos órgãos de informação "é falsa e caluniosa", colocando em causa o seu "bom nome, algo que não esperaria depois de mais de vinte anos de experiência de gestão na Escola Pública".

"No plano dos princípios é meu dever informar os pais e encarregados de educação das alterações que se vão operar a partir do próximo ano letivo e as regras estabelecidas pelo MEC [Ministério da Educação]. Foi isso que fiz e será esse o meu ‘delito'", sustenta, referindo-se ao comunicado que dirigiu aos pais, no dia 21.

"Parece estarmos esclarecidos quanto às manobras do tal movimento e também o que a Escola Evaristo Nogueira tem levado a cabo para que os alunos que frequentam o 4.º ano, no Centro Escolar de São Romão, pertencente ao Agrupamento Guilherme Correia de Carvalho, em Seia e, naturalmente, ao seu próprio Projeto Educativo", esclarece.

Aponta ainda que "tudo tem servido para que os alunos façam a sua pré-inscrição, (coisa nunca vista) naquela escola, chegando a instrumentalizar os pais e encarregados de educação através de reuniões individuais, desdobráveis (….) e até com apoio das próprias homilias dominicais".

"Lembro que são estes alunos o ‘abono de família' daquela escola particular, ou seja, o balão de oxigénio que a mantém viva e a funcionar ao longo dos tempos o que simplesmente não faz sentido, uma vez que até agora os alunos saem do nosso Projeto Educativo para a escola particular, para voltarem, no secundário, à escola pública", suporta.