Segundo os dados do inquérito às Despesas das Famílias 2015/2016 elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), por região, apenas o valor da despesa anual média da Área Metropolitana de Lisboa (23.148 euros) ultrapassava a média da despesa nacional (20.363 euros).
O valor médio mais baixo situava-se nos 16.856 euros e registava-se na Região Autónoma dos Açores, acrescenta o INE.
De acordo com o inquérito, em 2014, o rendimento total líquido anual médio dos agregados familiares foi de 23.635 euros, ou seja, uma média de 1.970 euros mensais.
Por regiões, o valor mais elevado do rendimento total líquido anual por agregado familiar encontrava-se na Área Metropolitana de Lisboa (28.101), a única região com um valor superior à média nacional.
O rendimento total médio por agregado mais baixo verificou-se na região centro com 21.100 euros.
Nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira registaram-se em 2014 taxas de risco de pobreza subjacente ao rendimento total superiores a 20% e estas regiões, assim como a Área Metropolitana de Lisboa, registavam também coeficientes regionais de desigualdade superiores ao valor nacional, apontou o INE.
Considerando a despesa média das famílias por classes de rendimento total por adulto equivalente, o INE conclui que "os agregados do 1.º quintil (20% dos agregados com menores rendimentos) apresentavam um valor de despesa de 11.453 euros, ou seja, pouco mais de metade (56%) da despesa média total (20.363 euros)".
No outro extremo, os agregados com rendimento equivalente correspondente ao 5.º quintil (grupo dos 20% com maiores rendimentos) registavam uma despesa média total superior à média nacional em cerca de 61% (32.803 euros).
A desigualdade da despesa entre os agregados do primeiro e do último quintil "era mais significativa na região Norte" e em média, os 20% agregados com maiores recursos gastavam três vezes mais do que os agregados com menores recursos.
A Região Autónoma da Madeira era aquela em que verificava uma desigualdade mais reduzida entre o nível de despesa média daqueles com maiores e menores recursos.
Em 2014, as famílias das áreas principalmente urbanas tinham um rendimento total líquido anual médio de 25.334 euros, mais 7,2% do que a média do país, enquanto o rendimento total líquido anual médio das famílias das áreas predominantemente rurais era o mais reduzido (18.397 euros), menos 22,2% que a média nacional.
O INE explica ainda que o rendimento monetário líquido médio representava 77,8% do rendimento total das famílias, correspondendo o restante (22,2%) ao rendimento não monetário, composto pelo autoconsumo, autoabastecimento, autolocação (rendas subjetivas) e recebimentos gratuitos ou a título de salário.
A predominância do rendimento monetário no rendimento total das famílias era transversal a todas as regiões, com proporções entre 74,3% no Algarve e 79,0%, na Região Autónoma dos Açores, acrescenta o INE.
Comentários