O Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento apelou hoje à autonomização do acesso à saúde sexual e reprodutiva como meta de desenvolvimento, “com indicadores específicos” e “mensuráveis”.

 

A propósito da 13.ª sessão, e provavelmente a última, do Grupo de Trabalho sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se realizará em Nova Iorque, entre os dias 14 e 18 deste mês, os deputados portugueses emitiram um comunicado no qual defendem que o acesso à saúde sexual e reprodutiva deve ser uma “meta autónoma”, a ser incluída nos ODS números 3 (Saúde) e 5 (Igualdade de Género).

 

Os deputados recordam que o acesso à saúde sexual e reprodutiva foi retirado da lista de metas da realização do objetivo de viver uma vida saudável (ODS3), mantendo-se como objetivo da igualdade de género e capacitação de raparigas e mulheres.

 

Ora, “o acesso à saúde sexual e reprodutiva é fundamental para o bem-estar e desenvolvimento”, frisam os deputados, recordando que, “quando as populações têm acesso à saúde sexual e reprodutiva, vivem vidas mais saudáveis e mais produtivas”.

 

Sublinhando que “a saúde sexual e reprodutiva não é um assunto de mulheres”, os deputados portugueses lembram o seu “impacto no cumprimento de todos os outros objetivos de desenvolvimento”.

 

Recordando que “todos os dias morrem 800 jovens e mulheres, por causas diretamente relacionadas com a gravidez, parto e pós parto”, os deputados acrescentam que “99 por cento destas mortes ocorrem no mundo em desenvolvimento, por falta de acesso a serviços de planeamento familiar, partos assistidos, saúde materna e neonatal”.

 

Nesse sentido, uma “aposta na prevenção e nas respostas que permitam resolver as causas evitáveis é fundamental para as jovens e mulheres, para as suas comunidades, para os seus países”, defendem.

 

Elogiando “as conquistas” alcançadas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, metas de desenvolvimento em vigor até 2015, a que se seguirão os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os deputados lamentam, porém, “as limitações e todas as pessoas que ficaram de fora” da agenda de desenvolvimento, assumindo “preocupação” face à situação da saúde materna, “um dos ODM menos alcançado e menos financiado”.

 

Por Lusa