O questionário, que decorre até 11 de maio e que já recolheu mais de 4.000 respostas de docentes, conclui que a esmagadora maioria dos docentes considera que o ensino à distância, aplicado face à COVID-19, agrava as desigualdades, defendendo que a organização do próximo ano letivo deve ter em conta esse défice, afirmou hoje o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, em conferência de imprensa à frente da escola Martim de Freitas, em Coimbra.
Segundo o responsável, esse agravamento das desigualdades "que põe em causa a natureza da própria escola pública" também resulta da dificuldade dos docentes em contactar todos os alunos, com mais de metade (quase 56%) a dizer que até agora não conseguiu contactar com todos os seus alunos, "porque muitos alunos continuam sem computador ou sem acesso à Internet".
No questionário, cerca de 60% dos docentes consideram que o apoio que está a ser prestado a alunos com necessidades educativas especiais "fica aquém do adequado", e, sobre o recurso à televisão, 54% dizem que esse é um meio positivo, apesar de terem identificado "insuficiências e dificuldades que resultam de desajustamento entre os conteúdos apresentados e as aprendizagens já realizadas ou por realizar".
Dois terços dos inquiridos referem ainda que o ensino à distância é mais exigente e apenas 19% afirmaram sentir apoio por parte do Ministério da Educação.
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