Em comunicado, a estrutura sindical afirma que esta petição serve o propósito de “sensibilizar as autoridades com capacidade de decisão”, sublinhando que a medida é “fundamental para não deitar a perder tudo o que se ganhou com o confinamento”.

Relembrando que antes de o Governo decidir a suspensão de todas as atividades letivas, algumas escolas foram obrigadas a encerrar por terem registado casos positivos, a Fenprof alerta que a situação se poderá repetir se não existir uma garantia de que as pessoas não estão infetadas”.

“O que teremos nas escolas, no momento em que reabrirem, será a partilha de espaços entre jovens adolescentes ou crianças, que podendo estar infetados, provavelmente serão assintomáticos e um grupo de trabalhadores docentes e não docentes que, para além da idade (muitos acima dos 60 anos), poderão ter doenças” que os tornem mais vulneráveis em caso de infeção, escreve a Fenprof.

O secretário-geral da estrutura sindical já tinha defendido a realização prévia e periódica de testes a todos os alunos, professores e funcionários não docentes, considerando que as orientações do Governo são omissas, incoerentes e economicistas.

A possibilidade de alargar os testes à COVID-19 além de lares, estabelecimentos prisionais e creches, foi colocada em cima da mesa pela diretora-geral da Saúde, na quinta-feira, sem referir explicitamente os estabelecimentos de ensino.

“Estão a ser analisadas outras situações que requeiram o mesmo tipo de atenção", disse a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, durante a conferência de imprensa diária para atualização de informação sobre a pandemia em Portugal.

Mais de 520 escolas secundárias vão reabrir no dia 18 de maio para receber os alunos do 11.º e 12.º anos, que voltam a ter aulas presenciais às disciplinas sujeiras a exame nacional, depois de terem encerrado em 16 de março devido à pandemia da COVID-19.

Portugal contabiliza 1.114 mortos associados à COVID-19 em 27.268 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

O país entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à COVID-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.