As mulheres submetidas a cesarianas estão 14% mais propensas a ter um nado-morto na próxima gravidez do que aquelas que dão à luz naturalmente. A conclusão é de um estudo publicado na revista PLoS Medicine.

 

A cada 3,3 mil cesarianas há registo de pelo menos um nado-morto - quando o feto morre dentro do útero ou durante o parto - na gravidez seguinte, diz a professora Louise Kenny, da Universidade College Cork. Ainda assim, a médica descreve que os riscos de isso acontecer são "muito baixos". "Embora sejam acontecimentos raros, são devastadores para os pais e profissionais de saúde", comenta Louise, citada pela BBC.

 

"Por isso, aconselhamos as mulheres a evitar pedir cesarianas quando não houver indicação médica para fazê-la", defende.

 

A realização de cesariana também aumenta as hipóteses de uma gravidez ectópica em 9%, de acordo com o estudo com mais de 800 mil dinamarquesas mães. Uma gravidez ectópica ocorre quando um óvulo fertilizado se implanta fora do útero, geralmente em uma das trompas de Falópio.

 

O médico Patrick O'Brien, do Royal College de Obstetras e Ginecologistas, comenta, no entanto, que os resultados são "tranquilizadores". "É reconfortante que qualquer aumento do risco de morte fetal em uma gravidez subsequente é realmente muito pequeno", justificou. "Qualquer nado-morto já é demais, mas o risco absoluto é muito pequeno", acrescentou.

 

O estudo, publicado na revista especializada PLoS Medicine, é um dos maiores até agora a analisar as ligações entre cesarianas e nados-mortos.

 

O estudo analisou dados de 832.996 mulheres de registos nacionais dinamarqueses.


Uma em cada 200 gravidezes termina em morte fetal.

 

Por SAPO Crescer