A legislação que proíbe a venda e consumo de álcool a menores de 18 anos está em vigor há pouco mais de dois anos, mas a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apenas consegue identificar, em média, 12 menores por mês a ingerir bebidas alcoólicas em locais públicos.

Segundo o jornal Público, num balanço do primeiro ano e meio de aplicação da legislação (que em julho de 2015 aumentou dos 16 para os 18 anos a idade mínima legal para consumir todo o tipo de bebidas alcoólicas), em dezembro de 2016, a ASAE tinha identificado 198 menores infratores.

Mas os números estão longe da realidade: "Basta sair à noite e ao fim-de-semana para se perceber que estas situações [consumo de álcool por menores] são flagrantes, sobretudo nos grandes centros urbanos", comenta Bruno Figueiredo, da associação sindical dos funcionários da ASAE.

A ASAE tem apenas entre 180 a 190 inspetores na rua e, aos fins-de-semana e à noite, há menos operacionais em funções, escreve o referido jornal.

Cerca de metade dos jovens entre os 15-24 anos consumiram álcool no último ano, 38% nos últimos 30 dias e 2,2% apresentam um consumo de risco elevado ou dependência, revela o IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/17, divulgado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Por outro lado, um outro estudo coordenado por Fernanda Feijão, indica que o álcool é a substância mais consumida pelos jovens das escolas públicas: aos 13 anos quase um terço (31%) dos jovens já tinha consumido bebidas alcoólicas, percentagem que passava para os 91% na faixa dos 18 anos.