A 7.ª edição do projeto MEDEA, resultado de uma parceria entre a Sociedade Portuguesa de Física e a REN- Rede Elétrica Nacional, está a receber candidaturas até 14 de fevereiro e disponibiliza 22 medidores de campos magnéticos para serem usados nas escolas.

"Os participantes medem os campos elétricos e magnéticos separadamente, fazem uma análise, procuram depois informação credível sobre os limites e efeitos desses campos na saúde humana e verificam, de uma forma comparativa, as medições que efetuaram" e relacionam os valores com os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS), explicou hoje à agência Lusa a responsável pelo projeto ma Sociedade Portuguesa de Física.

Desde 2008, a iniciativa já abrangeu 160 escolas em todo o país, cerca de 600 alunos, principalmente do 12.º ano, e 200 professores, havendo um limite máximo relacionado com o número de aparelhos medidores disponíveis, que são 22, e com o facto de os participantes serem acompanhados por especialistas da Sociedade, tanto por email como por telefone.

Maria José Ribeiro Gomes realçou a importância do projeto, que envolve matérias como física e matemática, mas também o inglês, recordando que, "a partir do 8.º ano, os alunos começam a aprender estes conceitos, difíceis de explicar porque se referem a algo que não é visível", ou seja, aos campo elétricos e magnéticos gerados pela carga elétrica relacionada com a corrente que permite aos aparelhos funcionarem.

"A intensidade varia consoante o aparelho, depende da intensidade da corrente que está a passar e a distância a que estamos do gerador do campo magnético", especificou, avançando o exemplo do secador de cabelo ou da máquina de lavar que, em funcionamento, precisam de uma corrente elevada, o que pode ser comprovado com uma observação do contador de eletricidade.

Os campos que são gerados "são bastante elevados, se nos formos afastando com o medidor, [vemos que] o campo diminuiu, com uma diferença de cinco ou 10 centímetros varia muito, mas mesmo assim estamos muito abaixo dos níveis recomendados", até 300 hertz, esclareceu a especialista.

Maria José Ribeiro Gomes realçou que, tanto nas linhas de transporte de energia elétrica como nos equipamentos domésticos, "os níveis estão sempre abaixo dos valores recomendados e os alunos fazem as mais variadas medições em casa, na escola, na rua, nos comboios", só tendo de seguir a regra do rigor científico.

"Não há [relação] causa-efeito comprovada cientificamente. A ideia do MEDEA é desmistificar, medir e comparar com nos valores da OMS", resumiu a investigadora.

Os projetos dos alunos são entregues até 30 de julho e a entrega de prémios vai decorrer a 08 de setembro, no primeiro dia da conferência nacional de Física, em Braga.