O custo total mundial das alergias alimentares na infância foi estimado em cerca de 175 mil milhões de euros, num estudo que quantifica cuidados médicos, alimentação específica, medicamentos, produtividade do trabalho perdido e outras despesas, publicado esta semana na revista JAMA Pediatrics, da Associação Médica Americana.

 

A alergia alimentar é uma questão de saúde pública crescente em todos os países, que afeta cerca de 8 por cento das crianças. A doença resulta em custos médicos significativos para os sistemas de saúde, mas também inflige custos substanciais sobre as famílias, incluindo dietas especiais e alimentos livres de alergénios, de acordo com o estudo.

 

A equipa de investigação liderada por Ruchi Gupta, do Hospital Pediátrico Annn & Robert H. Lurie e da Escola de Medicina Feinberg da Universidade de Medicina, em Chicago (EUA), avaliaram os custos totais mundiais das alergias alimentares em crianças, chegando ao valor de 175 mil milhões de euros anuais, em que as famílias apresentam, em média, um custo anual acrescido de 482 euros só em alimentos apropriados.

 

As hospitalizações resultantes da ingestão, inalação ou contacto com a substância alergénica representam a maior proporção dos custos médicos diretos, seguidas de consultas a alergologistas, a deslocações a serviços de urgência de hospitais e clínicas e consultas de pediatria. Dietas especiais e alimentos livres de alergénios foram orçadas num valor semelhante ao das hospitalizações, enquanto a produtividade anual de trabalho perdido para que os pais e tutores possam acompanhar as crianças a consultas médicas foi calculada em 5,4 mil milhões de euros, de acordo com os resultados.

 

«Em resumo, a alergia alimentar infantil apresenta um peso económico considerável para as famílias e para a sociedade... Tendo em conta estes resultados, é extremamente necessária investigação para desenvolver um tratamento eficaz, com vista à cura, para a alergia alimentar», conclui o estudo.

 

 

Maria João Pratt