O número de crianças e jovens até aos 19 anos que morreram por afogamento diminuiu em 2011 para sete casos, segundo a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI). Em 2010, de acordo com os dados registados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), tinham ocorrido 19 afogamentos, enquanto que no ano anterior foram 17.

 

Mesmo assim, o número de acidentes do género que culminam em morte continuam a ser expressivos. Entre 2002 e 2008, o INE só contabilizava os afogamentos de jovens de até aos 18 anos, tendo registado 144 mortes. Juntando estes dados estatísticos com os dos últimos cinco anos, conclui-se que quase duas centenas (198) de crianças e jovens morreram, na última década, por afogamento.

 

Afogam-se mais rapazes do que raparigas

No que diz respeito ao internamento de vítimas de situações de afogamento, a APSI refere que o ano de 2012, com 43 casos, marca o fim de um ciclo de decréscimo evidenciado desde 2003 – com 58 crianças e jovens internados – que se verificou até 2011, ano em que se registaram 21 casos.

 

O tratamento de dados da associação – que se dedica à área da sensibilização para a segurança infantil – permite ainda concluir que 70,4 por cento dos afogamentos ocorreram com rapazes e só 25,6 por cento com raparigas, desconhecendo-se o sexo da criança ou do jovem em cerca de 5 por cento das ocorrências.

 

Olhando para os números pelo critério da idade, conclui-se que quanto mais pequenas são as crianças, mais riscos apresentam. As estatísticas mostram que, nas situações de afogamento registadas, 34,4 por cento das crianças tinham até quatro anos, 22,4 por cento entre os cinco e os nove anos, 21,5 por cento entre os 10 e os 14 anos e 13,6 por cento entre os 15 e os 18 anos.

 

Por outro lado, os meses de verão – julho, agosto e setembro – são os que registam mais situações. A associação também concluiu que 44,8 por cento dos afogamentos ocorreram em tanques, poços e piscinas e 49,6 por cento em praias, ribeiras, rios e lagoas.

 

Campanha deste ano sem patrocínio

Apesar de os números serem expressivos, a APSI garante que 80 por cento dos afogamentos podem ser prevenidos. E, pelo 11º ano consecutivo, lançou a campanha «Segurança na água – A morte por afogamento é rápida e silenciosa», desta vez sem o apoio de qualquer patrocinador. Por falta de dinheiro, este ano não há materiais de informação, como folhetos, postais, cartazes, outdoors e os habituais pacotes de açúcar com dicas de segurança.

 

Segundo a UNICEF, o afogamento ainda é responsável por meio milhão de mortes por ano em todo o mundo, continuando a ser a segunda causa de morte acidental nas crianças – apenas ultrapassada pelos acidentes rodoviários. E, na Europa, todos os anos morrem cinco mil crianças e jovens até aos 19 anos por afogamento. O Perfil e o Relatório de Avaliação sobre Segurança Infantil em Portugal, publicados pela European Child Safety Alliance, confirmavam, em 2009, que os afogamentos continuavam a ser uma área de intervenção prioritária em Portugal.

 

Mais informações em APSI.

 

 

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