Cerca de 19 milhões de crianças em todo o mundo sofrem de problemas visuais. A miopia é um dos mais comuns, prevendo-se que, até 2050, metade da população seja míope, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a OMS, a miopia é um problema de saúde pública global, com taxas de prevalência cada vez maiores – 13% em crianças de 5 anos e 20% a partir dos 7. O grupo de pesquisa de oftalmologia da Universidade Europeia detetou ainda 43,9% de casos infantis de hipermetropia e concluiu que a percentagem de míopes sobe com idade.
Os resultados revelam que as crianças utilizam, em média, dispositivos como tablets, telemóveis, computadores ou consolas durante uma hora e 20 minutos por dia, a que se soma uma hora e 23 minutos de televisão e 51 minutos de leitura. Os dados são especialmente relevantes se tivermos em conta a existência de um risco moderado de miopia em crianças que passem mais de duas horas a realizar tarefas que exijam ver bem ao perto.
Os investigadores constataram que cerca de 30% das crianças passam mais de duas horas por dia com dispositivos digitais, número que sobe para 33% no caso dos míopes. “Estes dados sugerem que o uso prolongado de dispositivos eletrónicos pode ter alguma influência sobre o aparecimento da miopia”, referem.
Segundo um estudo sociológico elaborado pela Clínica Baviera e citado pelo ABC, as pessoas que usam dispositivos eletrónicos mais de seis horas por dia têm mais predisposição para sofrer de problemas de visão.
Mais de 17% dos entrevistados padece de fadiga ocular após o uso de dispositivos eletrónicos, enquanto quase 13% sofre de dores de cabeça e mais de 12% regista secura ocular. Estes números aumentam entre os que usam aparelhos eletrónicos mais ativamente (acima de 6 horas por dia): têm uma maior tendência a sofrer de fadiga visual (26,1%), secura ocular (17,9%) e dores de cabeça (17,2%).
O estudo também conclui que o desconforto visual aumenta entre os utilizadores de lentes e óculos, que são mais propensos a sofrer de fadiga visual (28,5%), secura ocular (22,2%) e dores de cabeça (21,1%)
Comentários