Se o seu filho vê televisão muito perto do ecrã, escreve ou desenha em cima da folha, pisca os olhos e cai com frequência, isso pode querer dizer que vê mal. O aviso é de Sara Bueno, docente de Óptica, Optometria e Audiologia da Universidade CEU San Pablo, em Madrid.
Ao jornal Marca, a especialista refere ainda outros sinais de alerta: desempenho escolar inadequado, dores de cabeça, pouca tolerância à luz e dificuldade em alinhar corretamente os olhos (estrabismo).
“Muitas crianças não se queixam porque não sabem o que é ver bem. Portanto, estar atento a certos gestos é muito útil para detetar problemas de visão o mais cedo possível”, defende Sara Bueno.
A partir dos seis meses de idade, os pediatras costumam fazer testes que ajudam a controlar o bom desenvolvimento da visão da criança. “Mas é na primeira revisão ocular – que deve ser feita entre os dois e os três anos – que se conseguem detetar problemas de refração: miopia, hipermetropia e astigmatismo. Nesta consulta também é possível perceber se existem outros problemas, como olhos preguiçosos ou estrabismo. Quanto mais cedo o problema for detetado, melhor será o prognóstico e mais rápido começará o tratamento”, esclarece a perita. A partir de então, as consultas devem ser anuais, já que, quando os miúdos estão em desenvolvimento, a graduação pode subir mais rapidamente.
Jorge Maguilla, do Colégio Oficial de Oculistas-Optometristas da Andaluzia (Cocooa), fornece várias pistas para detetar qualquer anomalia visual (como miopia, astigmatismo, hipermetropia ou estrabismo) nas crianças.
Sinais de problemas de visão
- Tem dificuldade em ver o que está escrito ou projetado no quadro da escola ou na televisão.
- Desvia um olho ou queixa-se permanentemente de visão dupla ou intermitentemente.
- Por vezes, vê a dobrar ou desfocado, ainda que ao perto. Por causa disto, pode começar a sofrer de fadiga constante, nervosismo e irritabilidade.
- Revela falta de interesse pela leitura ou perde-se quando está a ler. Também apresenta dificuldades em recordar o que leu.
- Ao ler, segue o texto com o dedo, mexe muito a cabeça e mistura as sílabas.
- Tem fraca compreensão de leitura para a sua idade. Omite ou adiciona palavras e salta linhas de texto.
- Pisca excessivamente os olhos ou faz trejeitos faciais quando lê.
- Torce-se e cora quando escreve.
- Perante um texto, gira ou inclina a cabeça ou as costas.
- Tem dores de cabeça frontais, náusea ou tonturas à tarde ou depois de realizar uma tarefa em que se exige nível de concentração visual forte.
- Revela sensibilidade exagerada à luz.
- Tem muitas vezes os olhos vermelhos ou inchados e esfrega-os frequentemente.
- Dá passos falsos, cai com frequência ou avança a cabeça para ver melhor.
- Fala em voz baixa quando está a ler.
- Mostra rigidez no corpo quando observa objetos de longe.
- Inverte letras ou sílabas como, por exemplo, confundindo “o” com “a” ou “p” com "q".
- Franze os olhos quando fixa algo.
- Ocasionalmente, cobre ou pisca um olho para ver melhor com o outro.
- Lê com a cabeça quase colada ao livro e aproxima-se muito do telefone, tablet, computador ou televisão.
- Apresenta défice de atenção e concentração ou baixo rendimento escolar.
- Tem má coordenação entre os olhos e as mãos. Por exemplo, é-lhe difícil pegar numa bola.
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