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Há vinte ou trinta anos, o mundo era bem diferente. Desde logo a educação de uma criança nem sequer era tema de conversa. Hoje somos pais mais preocupados. E marcados pela culpa.
A forma como os pais criam os filhos mudou profundamente nas últimas décadas. Mas essas mudanças não tornaram a vida de todos mais fácil. Eis alguns hábitos e sentimentos que não faziam parte da história de vida das crianças há 20 ou 30 anos e que a blogger Joanna Meyers, especialista em questões infantis, enumerou para o Huffington Post.
- Brincar com os filhos
Os pais brincavam com os filhos ocasionalmente, mas não se sentiam culpados se não lhes apetecia e mandavam os miúdos entreterem-se sozinhos e usarem a imaginação. O tédio dos filhos não era problema. - A culpa, a culpa
É um sentimento novo. Hoje sentimo-nos culpados por tudo: porque os filhos não têm atividades suficientes; ou porque têm demasiadas atividades; ou, lá está, porque nos pediram para brincar com eles mas não nos apetece…. A lista é interminável. - Comprar e comprar e comprar
Nem os pais nem os filhos de hoje se contentam com meia dúzia de brinquedos – compramos, compramos e compramos até a casa estar atafulhado de tralha. - Atividades extracurriculares
Antes algumas crianças que praticavam um desporto ou uma atividade levavam-no muito a sério, mas a grande maioria fazia-o despreocupadamente. Hoje, estamos constantemente a tentar despertar uma paixão nos nossos filhos. - Assistir a todos os jogos dos filhos
Hoje, se um pai faltar a um treino sente-se… culpado. Os nossos pais mandavam-nos sozinhos para o futebol ou para a ginástica. Atualmente, as crianças têm atividades para satisfazer os pais, mais do que a elas próprias. - As combinações para brincar em casa de alguém
Os nossos pais ter-se-iam rido da ideia de planear a ida a casa de um amigo para brincar, com uma hora para começar e outra para acabar o programa, e um lanche substancial pelo meio. Na infância, saíamos para a rua, brincávamos com as crianças que íamos encontrando e voltávamos quando as luzes públicas já estavam acesas. - Os intrometidos
Os nossos pais não tinham de se preocupar com as críticas dos outros se deixavam o filho de oito anos a brincar sozinho à porta. Na verdade, as crianças dessa idade andavam a correr até ao fim do dia. Se algum adulto se intrometia, era para dar um raspanete. - Dispositivos eletrónicos
Com nenhuma ou tão pouca oferta – lembra-se da Nintendo? – os pais não precisavam de mandar os filhos pararem de jogar. Havia coisas melhores para fazer com o tempo do que passar o dia a olhar para um ecrã. - Alimentos ecológicos e nutrição
A preocupação com os rótulos, com a comida congelada e com a fast-food não existia. As mães faziam refeições caseiras todos os dias porque não havia pressa. E as que faziam sopa de pacote e abriam latas a toda a hora não se preocupavam com isso. - As críticas
Os pais não eram alvo de tantas críticas como hoje, sobretudo porque não se importavam com o que os outros pensavam sobre a forma como educavam as crianças. Isso hoje é motivo de conversa a toda a hora.
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