E este foi o motivo que me levou a escrever sobre o tema – é muito importante esclarecer algumas dúvidas e, para isso, não podemos ficar calados.
Além das diversas mudanças físicas, hormonais, emocionais e comportamentais que ocorrem nesta fase, surge a necessidade do casal adaptar a forma como se relacionam a nível sexual. Cada um com a sua individualidade, tanto a mulher como o homem, necessitam de adaptar a forma de sentir prazer.
Na mulher, as mudanças são notórias: o corpo muda e os níveis hormonais variam, influenciando substancialmente o estado emocional. Segundo alguns estudos, o cansaço é um dos fatores favorecedores da diminuição do desejo feminino, nas fases mais avançadas da gravidez. A prolactina (hormona responsável pela produção de leite materno futuramente) também contribui para a diminuição da líbido.
No entanto, são vários autores que defendem que no primeiro e terceiro trimestre, o desejo sexual tende a aumentar em algumas mulheres.
Eu acredito que cada mulher é específica e que cada gestação é especial por si só. Por isso, se o casal se conhecer tão bem ao ponto de ser capaz de identificar as mudanças naturais, é possível que as enfrente de forma madura e criativa.
Geralmente, o homem sente-se mais perdido do que propriamente excluído. Ele entende o que se passa, racionaliza, mas não sabe como agir em certas situações. Alguns homens têm receio de magoar o bebé durante o ato sexual, outros hesitam por causa do tamanho da barriga. No entanto, a grade maioria conseguiria lidar melhor com a situação se tivesse mais informações.
A paciência, calma e criatividade para novas posições são os ingredientes fundamentais para que o homem ultrapasse esta fase.
O ato sexual não vai magoar o feto. Desde que a posição seja confortável para a mulher e não haja contra indicações médicas, é possível manter relações sexuais até bem pouco tempo antes do parto. Claro que o desejo e a excitação têm de estar presentes em ambos.
O diálogo aberto e a capacidade de adaptação podem tornar a relação sexual maravilhosa mesmo durante a gravidez. A mudança pode até ser benéfica em qualquer relação e o ambiente de amor e carinho tem como consequência uma experiência de grande prazer durante o ato sexual.
Autor: Rodrigo Torres
Traduzido e adaptado à cultura portuguesa pela equipe da Rede Mãe
Fontes bibliográficas: Silva, A. I., Figueiredo, B., Isabel, A., & Licenciada, S. (2005). Sexualidade na gravidez e apos o parto, (3), 253-264.
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