O relógio biológico, mais cedo ou mais tarde, desperta para a maioria das mulheres.
É o momento de gerar uma nova vida. A nutrição adequada de micronutrientes é, por isso, fundamental para garantir um bom desenvolvimento materno e proporcionar a energia perfeita para o crescimento do bebé.
Segundo o estudo realizado pela Lecerf Lille, apesar de uma dieta equilibrada, a mãe não recebe a quantidade diária recomendada das vitaminas B1 (90 por cento dos casos), B2 (62 por cento), C (58 por cento) e magnésio (78 por cento). A escassez de ácido fólico (vitamina B9), vitamina C, magnésio e zinco, nos primeiros meses de gravidez, está envolvida na redução de células do útero e malformação do feto.
A elevação da taxa de cobre, presente em todas as grávidas, aumenta a velocidade da eliminação de vitamina C. Esta vitamina tem um efeito modulador inibitório da histamina que, quando aumenta, pode gerar o risco do desprendimento placentário, fenómeno acompanhado também por carências de vitamina A, betacaroteno e vitamina E.
A suplementação de zinco, minerais essenciais e vitaminas reduz a frequência de abortos espontâneos e tem um papel importante na prevenção da toxemia gravídica e eclampsia, caracterizadas por hipertensão, cefaleias, convulsões, etc. O défice de magnésio induz uma hiperativação dos leucócitos (células inflamatórias do sistema imunitário).
A reposição deste mineral tem uma ação protetora na toxemia gravídica dadas as suas propriedades vasodilatadoras e imuno-reguladoras. A baixa de vitamina B pode favorecer a hipertensão. Durante a gestação, a atividade das enzimas dependentes da vitamina B6, diminuem na placenta das mulheres com pré-eclampsia.
Essa carência, no decorrer da gravidez, é notada principalmente nas mulheres que tomaram anticoncecionais orais durante mais de 30 meses antes da conceção. Dessa forma, um débil aporte de vitamina B6 está associado a uma pontuação de Apgar (avaliação de cinco sinais objetivos do recém-nascido) inferior a 7 (normal 8-10). O ferro e folatos, em conjunto, diminuem para metade o nascimento de prematuros, assim como a suplementação com cálcio, magnésio e zinco.
A deficiência de zinco, no período da gravidez, provoca uma redução global do peso do cérebro do feto, assim como da síntese de ADN, proteínas e gordura no cérebro frontal, cerebelo e hipocampo. As amálgamas dentais das mães que contém um por cento de mercúrio são a fonte principal deste metal no feto.
Num estudo de 100 crianças e 46 fetos, a concentração de mercúrio nos tecidos era proporcional ao número de amálgamas, responsável por provocar casos de autismo e hiperatividade infantil. O mercúrio e o chumbo possuem efeitos neurotóxicos prejudiciais ao feto. O chumbo e o cádmio (proveniente do tabaco) impedem a circulação útero-placentária, induzem a necrose da placenta e o retardamento do crescimento intrauterino.O magnésio e zinco reduzem a passagem do chumbo e cádmio para a placenta. Por isso, um conselho às futuras mães, nutram-se com qualidade.
Texto: Roni Moya (biomédico)
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