A Pré-Eclâmpsia é uma patologia associada à gravidez que consiste na ocorrência da tríade diagnóstica: hipertensão de novo (>140/90mm/Hg); proteinúria (>0.3 g/24 horas) e edemas de início recente. O seu diagnóstico assenta num conjunto de sinais, tais como a hipertensão arterial, taquicárdia e taquipneia, déficit neurológico, edemas, bem como em sintomas como as cefaleias, perturbações visuais, amnésia, convulsões, ansiedade e dor abdominal.

As manifestações clínicas desta patologia ocorrem ao longo do 2º e 3º trimestre da gravidez, sendo mais comuns depois das 20 semanas de gestação, pode subdividir-se em Pré-Eclâmpsia precoce se ocorre antes das 34 semanas de gestação, Pré-Eclâmpsia intermédia, se ocorre entre as 34-37 semanas de gestação e Pré-Eclâmpsia tardia, se a sua ocorrência é posterior às 37 semanas de gestação.

A Pré-Eclâmpsia é mais prevalente nas gravidezes múltiplas, em grávidas com mais de 35 anos e na presença de doenças autoimunes.

Até recentemente, o diagnóstico da Pré-Eclâmpsia era baseado no aparecimento dos referidos sinais e sintomas, tornando-se este apenas possível quando a doença se manifestava. Na actualidade é possível a identificação precoce de uma gravidez de risco para o desenvolvimento desta patologia através do Rastreio da Pré-Eclâmpsia no 1º trimestre. Este rastreio possibilita assim a obtenção de uma estimativa do risco de desenvolvimento da doença, antes que qualquer sinal ou sintoma apareça, condicionando a vigilância mais apertada da mesma, para uma precoce detecção e prevenção de eventuais complicações.

O diagnóstico clínico desta patologia implica, na maioria dos casos, o internamento da grávida, por forma a garantir o necessário repouso, o controlo apertado da pressão arterial, bem como a prevenção das eventuais complicações, através da vigilância clínica, laboratorial e ecográfica da gravidez, para evitar qualquer complicação materna ou fetal.

O tratamento definitivo é o nascimento do feto e a extração da placenta.

A Pré-Eclâmpsia, se não for diagnosticada, progride para a síndrome HELLP, complicação obstétrica com risco de morte.

Maria José Rego de Sousa, MD, PhD

Dra. Maria José de Sousa