Há diversas respostas dos especialistas relativamente à questão dos desejos na gravidez. Conheça a perspetiva da nutricionista Maria Paes Vasconcelos, que tem experiência no acompanhamento de grávidas que procuram uma orientação alimentar adequada.
1. Os desejos durante a gravidez significam carências do bebé?
Não está provado que há deficiências nutritivas associadas aos desejos. Quando apetece morangos, não é porque o corpo precisa de vitamina C. Significa apenas que a grávida precisa de ter algo feito especialmente para ela.
2. Qual é a razão de haver desejos na gravidez?
A gravidez é um estado que gera muito cansaço, muito sono, portanto é normal que a pessoa precise de atenção. Os desejos são um “mimo”.
3. Como deve a grávida lidar com os desejos?
A grávida deve usar bom senso. Na vida todos temos desejos, e ainda bem, mas não quer dizer que os possamos preencher todos.
4. A ansiedade e a alimentação podem estar associadas no pré-natal?
Se a grávida não tiver fome do ponto de vista fisiológico, a fome extra é derivada da ansiedade. No caso deve ser referenciada para o ginecologista ou o obstetra que, se for preciso, reencaminha para o especialista. Muitas vezes a ansiedade tem a ver com o modo como os nossos pais se relacionaram com a comida, quando nascemos. Em pequeninos ter a barriga cheia é sinónimo de colinho, portanto quando a pessoa está a precisar de colinho, enche a barriga. Enchemos o estômago para encher o coração (risos).
5. A vontade de comer pode ter a ver com comportamentos na infância?
Bastante. Outra coisa engraçada é que quando uma criança chora, a primeira coisa que se faz é dar-lhe comida, logo (em adultos) ficamos condicionados a comer quando ficamos tristes.
Texto: Ana Margarida Marques
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