Por ser mais sensível, a pele do seu filho exige cuidados redobrados.

A falta de barreira cutânea para enfrentar a exposição solar, o frio, o contacto com substâncias irritantes e as inflamações torna a pele das crianças mais vulnerável às agressões do exterior.

Ainda em desenvolvimento, a derme dos mais novos produz menos óleo, o funcionamento das glândulas do suor é mais deficiente e há uma menor atividade das células de pigmentação. Cabe a si zelar pelo bem-estar da pele dos seus filhos e proporcionar-lhe um escudo contra as ameaças do dia a dia.

Pura sensibilidade

As diferenças existentes na pele ao longo do desenvolvimento da criança acentuam-se quanto mais tenra for a idade. A pele dos recém-nascidos, por exemplo, apresenta metade da espessura da cútis de uma pessoa adulta.

Como a capacidade de absorção de substâncias aplicadas topicamente é maior quanto mais jovem for a criança, Manuela Cochito, dermatologista, aconselha «o uso de produtos hipoalergénicos, com o mínimo de corantes possível, e recomendados para uso pediátrico». A aplicação diária de um creme hidratante é recomendada, sobretudo, se a criança tiver pele sensível.

Proteção total

O sol e o calor são fatores de risco para a saúde cutânea. E, mesmo durante o período, escolar é preciso ajudar o seu filho proteger-se no recreio ou quando pratica atividades ao ar livre. Nos meses quentes, em especial na praia, aplique-lhe sempre um filtro adequado à sua pele e faixa etária. Como sugere Manuela Cochito, «os cremes solares devem ser protetores físicos e não químicos».

Além de não poderem apanhar sol direto, não é recomendável o uso de protetores solares em bebés com menos de seis meses. Até aos dez anos, afirma a especialista, «assegure-se que os filtros solares são à base de óxido de zinco e dióxido de titânio, os quais funcionam como barreira apenas à superfície, e que têm um índice de proteção nunca inferior a 20».

Ao longo do ano, as crianças recebem o triplo da exposição solar de um adulto, devido ao tempo que passam ao ar livre. Calcula-se que 80 por cento da exposição solar máxima desejável para a vida de uma pessoa ocorra antes dos 18 anos.

Toque suave

Os tecidos também contribuem para a saúde cutânea. Ao escolher as roupas, exclua as fibras sintéticas e prefira tecidos naturais como o algodão. Já existem peças que conferem proteção solar e que devem ser usadas tanto na praia, como em desportos com elevada exposição aos raios. Na lavagem, evite o uso de amaciadores e opte por detergentes específicos para a infância.

Quando encontrar alguma evidência na pele do seu filho que lhe suscite preocupação, como sinais de nascença, eczema atópico ou qualquer patologia cutânea, como verrugas e outras infeções virais ou bacterianas, não hesite em consultar um especialista.

Texto: Fátima Lopes Cardoso com Manuela Cochito (dermatologista)