O pediatra espanhol Roi Piñeiro, num artigo no "El País", diz que hoje em dia há uma fobia à febre. De facto, muitos pais ficam sem saber o que fazer quando os filhos têm febre. Se tentarmos diminuí-la a todo o custo, o que estamos a fazer é facilitar a vida a vírus e bactérias.
A febre é definida como a temperatura a partir dos 37, 5 graus medidos na axila e 38 graus por via retal ou bucal. Não deve ser medida depois de tomar banho, realizar atividade física ou se a criança estiver muito quente porque, nesses casos, a temperatura corporal aumenta e o valor do termómetro pode ser enganador. Lembre-se:
- A febre não é uma doença; é um mecanismo de defesa contra infeções.
- A febre em si não causa danos cerebrais, cegueira, surdez ou morte.
- Algumas crianças podem ter convulsões devido à febre, mas o tratamento da febre não previne estas convulsões.
- As crianças com febre devem ser tratadas somente quando ela é acompanhada por mal-estar geral ou dor.
- Não se deve aquecer nem despir demasiado uma criança com febre.
- Uma criança com febre deve estar bem hidratada.
- O uso de paracetamol ou ibuprofeno após a vacinação não é aconselhável para evitar reações febris ou locais.
Convém, por outro lado, estarmos atentos a sinais de agravamento clínico. Consulte com urgência um médico se o seu filho:
- Tiver manchas na pele vermelhas escuras ou roxas
- Manifestar prostração, irritabilidade ou choro excessivo e difícil de acalmar.
- Acusar rigidez do pescoço
- Perder a consciência.
- Demonstrar dificuldade em respirar
- Tiver vómitos e/ou diarreia persistentes que causem desidratação (língua seca, ausência de saliva etc.).
- Se não urinar ou a urina for escassa.
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