O pediatra espanhol Roi Piñeiro, num artigo no "El País", diz que hoje em dia há uma fobia à febre.  De facto, muitos pais ficam sem saber o que fazer quando os filhos têm febre. Se tentarmos diminuí-la a todo o custo, o que estamos a fazer é facilitar a vida a vírus e bactérias.

A febre é definida como a temperatura a partir dos 37, 5 graus medidos na axila e 38 graus por via retal ou bucal. Não deve ser medida depois de tomar banho, realizar atividade física ou se a criança estiver muito quente porque, nesses casos, a temperatura corporal aumenta e o valor do termómetro pode ser enganador. Lembre-se:

  1. A febre não é uma doença; é um mecanismo de defesa contra infeções.
  2. A febre em si não causa danos cerebrais, cegueira, surdez ou morte.
  3. Algumas crianças podem ter convulsões devido à febre, mas o tratamento da febre não previne estas convulsões.
  4. As crianças com febre devem ser tratadas somente quando ela é acompanhada por mal-estar geral ou dor.
  5. Não se deve aquecer nem despir demasiado uma criança com febre.
  6. Uma criança com febre deve estar bem hidratada.
  7. O uso de paracetamol ou ibuprofeno após a vacinação não é aconselhável para evitar reações febris ou locais.

Convém, por outro lado, estarmos atentos a sinais de agravamento clínico. Consulte com urgência um médico se o seu filho:

  1. Tiver manchas na pele vermelhas escuras ou roxas
  2. Manifestar prostração, irritabilidade ou choro excessivo e difícil de acalmar.
  3. Acusar rigidez do pescoço
  4. Perder a consciência.
  5. Demonstrar dificuldade em respirar
  6. Tiver vómitos e/ou diarreia persistentes que causem desidratação (língua seca, ausência de saliva etc.).
  7. Se não urinar ou a urina for escassa.