A maternidade e a necessidade de compreender o seu bebé levaram uma violinista australiana, com um ouvido especial para a música, a tentar perceber que mensagens se escondem por detrás de cada tipo de choro. Do contacto com o filho Tom, Priscilla Dunstan descobriu que existem cinco sons diferentes e que cada um se refere a uma necessidade física essencial.
Alargou o estudo a mais de 400 recém-nascidos e concluiu que esta linguagem é universal e que deveria partilhá-la com os outros pais. Com a ajuda de Ana Garrancho, formadora nacional de Dunstan Baby Language, deixamos-lhe algumas pistas para que compreenda o seu bebé.
Necessidades básicas
«Independentemente da nacionalidade, todos os bebés dos zero aos três meses usam a mesma linguagem porque os sons são baseados em reflexos corporais. Nesta fase, têm apenas cinco necessidades básicas, despoletadas por cinco reflexos corporais e que originam cinco palavras», refere a formadora.
Partindo desta certeza, Ana Garrancho, explica aos pais que se souberem interpretar os sons sempre que o bebé chora será fácil satisfazer as suas necessidades. «Este método ajuda-os a despertar a intuição e a ouvir e a observar o filho, em especial na fase do pré-choro, permitindo uma abordagem precisa, sem que seja necessário agir por tentativa e erro», acredita.
Três meses tranquilos
Os ensinamentos da Dunstan Baby Language foram testados são reconhecidos por pediatras em diferentes países. Para Ana Garrancho este método traz benefícios importantes. «O bebé chora menos e acalma-se facilmente», assegura.
«Os pais sentem-se mais confiantes. O casal experimenta uma relação positiva, com espaço para que o pai tenha uma maior intervenção nos cuidados do filho. As mães, por seu lado, sentem melhorias na alimentação do bebé e os sonos são ininterruptos. E, é claro, quando o bebé dorme os pais também», acrescenta ainda.
Pais atentos
A possibilidade de aprender as técnicas da Dunstan Baby Language chegou a Portugal há cerca de um ano. Os workshops são constituídos por duas aulas e a inscrição inclui a presença da mãe, do pai e do bebé. Como explica a formadora, as sessões «têm uma semana de intervalo, para que os pais possam praticar em casa com os bebés e tirar dúvidas», explica Ana Garrancho.
«Entregamos ainda um kit com DVD. Os resultados têm sido reconhecidos. A frase que mais ouço é a que diz que o meu bebé fala comigo, já nem precisa de chorar porque sabe que a sua necessidade vai ser satisfeita», acrescenta ainda a formadora.
Texto: Fátima Lopes Cardoso com Ana Garrancho (formadora Nacional Dunstan Baby Language)
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