Quando são bebés ainda conseguimos dar-lhes a volta, mudar o foco de atenção de uma determinada coisa ou objeto e redirecioná-la para o que pretendemos. Por vezes pode demorar mais tempo, ou requerer mais paciência, mas quase sempre conseguimos.
Quando começam a querer falar e a impor a sua vontade e personalidade, também o conseguimos, se bem que, nesta fase é mesmo necessário ainda mais paciência e uma boa dose de habilidade para sermos bem-sucedidos.
O problema é quando já têm 4 anos, já conhecem as palavras todas, sabem o seu significado, quando as utilizar, e são senhores do seu nariz!
Para quem acompanha o meu dia-a-dia (no blog) sabe que tenho cá em casa um bom exemplar nas belas artes da negociação e que foge do sono a sete pés! Também sabem que como o sono é tema sensível por estas redondezas, estabelecemos algumas rotinas para (tentar) que a hora do deitar seja o mais tranquila possível.
Com o João a rotina é simples, (mas demorou muito a aperfeiçoar e chegar a bons resultados), jantar, brinca, vê 2 desenhos-animados, vai fazer xixi e lavar os dentes, e lemos uma história (pequena) na cama.
Na quinta-feira passada, eu estava cansada, tudo se tinha atrasado, banhos, jantares, e queria tê-los na cama para conseguir depois ir, eu, também para a cama (e ver televisão). Mas já diz o ditado “quanto mais depressa, mais devagar”, e cá em casa é prova disso.
Os desenhos-animados escolhidos (por mim) foram os que demoravam menos tempo – com a desculpa que a MEO não estava a deixar pôr outros – um lavar dos dentes muito rápido, ainda pensei eu não o pôr a fazer xixi, mas tive medo do que poderia acontecer de madrugada, e rapidamente o deitei, com um beijinho na testa, aconcheguei os lençóis e disse boa noite. Já quase a chegar à porta do quarto, e feliz da vida porque pensava que me tinha safo da história, eis quando diz alto e em bom som:
“ Mamã, e a história?”
“Joãozinho, hoje não há história, a mamã está cansada e quero mesmo ir dormir (leia-se ver televisão na cama) ”
“ Mas falta a história…”
“Deixa-a, amanhã conto-te duas, giras e muito grandes “ (tentei eu, negociar)
Nisto começa uma pré-choramingo e diz num tom já zangado:
-“Ai é? Queres que não aprenda o abecedário? Queres que fique um bebé?”
Perante tais fundamentos, não tive hipótese…
Marta Andrade Maia
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