Nasceu em Tigre, em Buenos Aires, na Argentina, a 5 de junho de 1972, mas é em Portugal que gosta de estar, apesar de passar cada vez mais tempo fora. Antes de ser um dos mais famosos chefs da América Latina, estudou jornalismo na Universidad del Salvador e chegou a trabalhar como jornalista no diário El Cronista. Um ano depois de abrir um novo restaurante no bairro de Marvila, em Lisboa, o Modern Life foi saber que outros planos tem em carteira.

Qual é a sensação de ter o restaurante El Bulo Social Club by Chakall a fazer um ano?

É fantástica. Na verdade, quando abrimos um espaço, independentemente de sermos ou não sermos famosos, nunca sabemos o que vai acontecer. É sempre uma moeda lançada ao ar mas tem corrido muito bem. Tem sido sempre a subir, o que é mais importante. Muitas vezes, começa-se por cima e, depois, é sempre a descer. É melhor começar por baixo e ir evoluindo lentamente...

É isso que tem acontecido?

Sim, sempre a fazer coisas novas e a evoluir dentro do conceito. O objetivo é que as pessoas se sintam confortáveis aqui.

E agora tem um novo palco que lhe permite fazer mais coisas...

Exatamente! Nós tínhamos música ao vivo mas era complicado porque os músicos ficavam muito perto das mesas. Inicialmente, o restaurante era só esta zona [atualmente ocupada pelo bar] mas o projeto foi crescendo. Aos fins de semana vem muita gente e era complicado termos aqui bandas. Era muito difícil montar e desmontar o equipamento. Agora, a música tem o seu próprio espaço.

E o que é que este espaço muda em termos do próprio conceito do restaurante?

Dá para fazer mais coisas. Vamos ter muitos concertos. O próximo é já no Dia da Mulher! Não queremos que as pessoas venham cá só para comer. A programação, que pode variar de semana para semana, irá sendo apresentada no Facebook do restaurante. Mas a ideia é ir tendo sempre coisas novas.

Queremos também aproveitar a vinda de músicos [estrangeiros] que estejam em tournée pela Europa e que, sendo bons, ainda sejam pouco conhecidos. Tivemos cá um irlandês incrível há pouco tempo. Não me lembro do nome mas foi extraordinário.

É sempre um homem de muitos projetos. Fora da restauração, o que é que está a preparar mais?

Vou fazer um programa de televisão novo aqui em Portugal. Em princípio, vai ser para a Netflix.

E como é que vai ser?

Vai ser com a minha filha pequenina, viajando com ela numa mota que vai ser a nossa casa, com um quarto e tudo, explicando o que é o mundo a uma criança de dois anos. Pelo que vê no supermercado, ela tem, por vezes, uma ideia errada sobre a comida. Vou mostrar-lhe os produtos do país. A primeira temporada, se correr tudo bem, será gravada em Portugal e, depois, seguiremos para outros países.

Veja na página seguinte: O novo projeto secreto em que o chef Chakall já está a trabalhar

Ainda não começaram a gravar?

Não. Ainda não fiz o [programa] piloto. Estou a transformar a mota agora. É uma Moto Guzzi que foi comprada em Itália. É dos anos 70. É uma espécie de triciclo ou, melhor dizendo, de trator. Está agora [início de março de 2017] a ser transformada. Estão a trabalhar na parte mecânica.

Será um projeto para avançar ainda antes do verão?

Sim. A ideia é gravar o piloto em maio. Na parte de trás da mota, vamos fazer uma casa. Vamos mostrar, depois, imagens da reconversão no Facebook. A carroçaria está a ser tratada e depois vai ser pintada.

E mais projetos?

Tenho também umas ideias para aqui para o bairro [Marvila]. Umas coisas de que não posso ainda falar muito. Na sexta-feira [dia 3 de março de 2017], em princípio, assinarei um contrato. Será para fazer algo diferente...

Também na área da restauração?

Sim, também na área da restauração. Será um bar mas será uma coisa muito pequenina. Vou também ter um programa de televisão novo na América Latina que, pela primeira vez, será em castelhano. Vou no dia 19 de março para a República Dominicana gravar os seis primeiros episódios. Vou ficar várias semanas por lá.

No verão, tenho uma digressão na Alemanha, na Suíça, na Áustria e no norte da Europa, o Chakall Grill Tour, praticamente todos os fins de semana, desde que regresso da República Dominicana até agosto. Trabalho não me falta e ideias também não...

Sim, o Chakall não para...

Sim, quero divertir-me e divirto-me com o que faço. Mas onde me sinto bem é aqui [no restaurante El Bulo Social Club by Chakall]. Saí de todos os outros restaurantes que tinha em Portugal e agora estou só neste. É a minha grande aposta! Não tenho de justificar às pessoas o que faço. Se quero pôr música, ponho música. Posso ter [ecrãs com] futebol. Eu gosto de ver! Às vezes, também temos aqui futebol. Não há regras!

Texto: Luis Batista Gonçalves