O Tribunal Popular Intermédio n.º 3 de Pequim rejeitou o recurso e frisou que Wu "violou a vontade de mulheres e aproveitou-se do estado de embriaguez de várias vítimas para ter relações sexuais com elas".

"O seu comportamento constitui crime de violação", declarou o tribunal, que manteve a decisão inicial.

A audiência contou com a presença de funcionários do consulado do Canadá, país para onde Wu deverá ser deportado depois de cumprir a pena.

O veredicto do tribunal, emitido há um ano, apontou que, no final de 2020, Wu "forçou três mulheres embriagadas a ter relações sexuais" e, em 2018, organizou, juntamente com outros cúmplices, "atividades promíscuas em grupo" com duas mulheres.

Wu envolveu-se num escândalo que eclodiu no final de julho de 2021, quando a estudante e influenciadora Du Meizhu alegou, numa entrevista ao portal de notícias local NetEase, que Wu a tinha violado quando ela tinha 17 anos.

Du acusou o cantor de aliciar jovens raparigas que queriam ser atrizes e de as embebedar para ter relações sexuais com elas.

Pouco depois, mais de dez marcas com as quais Wu colaborava cortaram relações com o cantor, incluindo as marcas internacionais Bulgari e Lancome, e marcas locais como a plataforma de música Yunting e a empresa de cosméticos Kans.

O caso de Wu trouxe o movimento #MeToo para a ribalta na China, onde não conseguiu criar raízes, em parte devido à dificuldade de provar alegações de abuso sexual no sistema jurídico.

A violência contra mulheres e raparigas é uma grave violação dos Direitos Humanos e o direito das mulheres a viverem livres de violência está consagrado em acordos internacionais. A nível mundial, apenas 40% das mulheres procuram ajuda depois de sofrerem violência, o que obriga as instituições a promoverem políticas de prevenção e apoio.

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