Tony Carreira volta a apoiar a Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama, a instituição que auxilia mulheres com cancro e que organiza anualmente a Corrida Sempre Mulher, onde o cantor costuma atuar. Parte das vendas do relógio que o intérprete de sucessos como "Sonhos de menino" e "O mesmo de sempre" desenvolveu em parceria com a marca de relojoaria suíça Raymond Weil revertem a favor da instituição.

Limitada a 660 unidades, esta edição especial está integrada na coleção Shine, lançada em 2006, que se destaca pelo sistema de mudança rápida das três braceletes que acompanham este relógio solidário, pode ser adquirida nos balcões do Banco Português de Investimento (BPI). Em entrevista ao Modern Life/SAPO Lifestyle, à margem da apresentação pública da peça, o cantor alerta para a importância da prevenção da doença.

Depois de dedicar edições especiais a Carlos do Carmo e Carlos Paredes, a Raymond Weil lançou um relógio comemorativo do seu percurso profissional, 30 anos de carreira...

Eu sou um pouco um colecionador de relógios. São peças que acho muito bonitas. O primeiro que eu tive foi um Raymond Weil curiosamente e achei essa coincidência engraçada quando me fizeram este convite mas acho que, realmente, o que é mais importante é, através deste projeto, que eu acho bonito, poder ajudar uma instituição que eu defendo já há 10 anos.

Vamos a caminho do décimo-primeiro ano de colaboração e espero que, através deste projeto, se consigam alguns fundos para esta associação, porque eu gosto muito deles e gosto muito de os ajudar...

Só no último mês lançou este relógio e uma longa-metragem, "Tony", que já é o documentário português mais visto de sempre. Para quem anunciou uma pausa na carreira, não tem andado propriamente desaparecido...

Não... [risos] Não, principalmente desde o lançamento do filme, não... E, na comunicação social, então, não ando nada desaparecido, não por minha vontade... Mas, como digo numa canção minha, isto é a vida que eu escolhi...

Sim, em termos de canções, fiz uma pausa. Agora, este é um projeto em que, na altura em que a anunciei, lhes disse logo que, mesmo no tempo em que não estaria a fazer concertos, estaria presente neste acontecimento que é a Corrida Sempre Mulher, que acontece todos os anos em outubro, salvo erro, porque, para ajudar, não há pausas...

Para quem ainda não conhece essa corrida, apesar dela já ter ganho algum mediatismo, por que é que as pessoas devem participar nesta iniciativa?

Porque acho que é uma ajuda muito bonita! O cancro é uma doença gravísssima, continua a matar milhares de pessoas e a prevenção é muito importante nesse sentido. Quanto mais pessoas se conseguir sensibilizar, melhor. Até podem não comprar o relógio mas qualquer ação é válida para sensibilizar as pessoas.

Eu, ano após ano, quando vou ao Parque das Nações participar no espetáculo [que encerra a iniciativa], tenho visto que há cada vez mais pessoas [a aderir], o que me deixa a pensar que o meu contributo vale a pena. Se não houvesse mais pessoas ano após ano, não faria sentido eu continuar a ir. O tempo tem passado muito rápido. Passaram-se já 10 anos, quase 11, mas parece que ando só nisto há cinco ou seis...

Está comprovado cientificamente que a alimentação tem um papel decisivo na prevenção do cancro. A prática de uma atividade desportiva também. Os artistas têm um papel fundamental na transmissão destas mensagens. No seu caso, tem esse cuidado e procura, de alguma forma, transmitir estas ideias às pessoas nas publicações que faz nas redes sociais, dando-lhes também conselhos nesse sentido?

Eu tenho um hábito estranho. Engordo mais uns quilos, como tem acontecido agora, já engordei cinco... A partir daí, tento ter mais cuidado, mas eu não sou um bom exemplo. Não sigam o meu exemplo porque eu adoro a cozinha tradicional portuguesa e gosto de tudo o que nem sempre é bom. Mas estou muito melhor! Estou mais sensibilizado para aquilo que acaba de referir agora. Todas as pessoas, hoje em dia, estão suficientemente informadas, acho eu...

Nem todas...

Talvez não. Talvez não... Mas, no meu caso, hoje, tenho muito mais cuidado do que tinha há 10 anos porque, de outra forma, com outros abusos que fiz no passado em termos alimentares, eu, hoje, provavelmente não estaria cá. Porque já tive um alerta, aliás...

Sim, em maio de 2014, chegou mesmo a estar internado num hospital em França. Foi público. Voltando à sua vertente solidária, por que é que decidiu apoiar esta associação quando existem tantas outras de norte a sul do país?

A primeira vez em que eu estive presente na Corrida Sempre Mulher, eu não fazia ideia de que esta parceria se prolongaria por tanto tempo. Na altura, pensei que ia ser só acontecer naquele ano mas, ano após ano, envolvi-me neste projeto. É tudo muito positivo. As próprias mulheres que estão ali a correr, não sei se são 10.000 ou se são 20.000, estão todas com um ar muito alegre, muito para cima. E eu acho isso fantástico, sinceramente...

Já viveu de perto o drama do cancro?

Não, já vivi outros. Já vivi dramas de outras doenças. Já perdi um grande amigo meu com uma doença gravíssima. Esta não e Deus queira que não...

E já ofereceu este relógio que homenageia os seus 30 anos de carreira a alguém?

Por enquanto, ainda não, mas vou oferecê-lo, seguramente. A primeira pessoa a quem o irei oferecer será a minha filha...