Inicialmente, Suzana Garcia começou por recordar a infância e todo o seu percurso. Uma entrevista muito emotiva.

Em lágrimas, Suzana recordou que o final do seu curso não foi um momento de muita felicidade, pelo contrário. "Foi o momento mais trágico. Não pude comemorar com o meu pai e isso foi muito difícil. O meu pai morreu com cancro de estômago", disse, lembrando que o progenitor partiu muito rápido, quando a advogada tinha 22 anos.

"Tive medo de tudo. [...] Tive pena porque depois daquilo tudo que ele tinha feito, merecia ter-me visto chegar à etapa que eu queria chegar. Tenho pena de o meu pai não me ter visto a licenciar-me, a comprar a primeira casa, de não ter feito o primeiro jantar na minha casa para o meu pai. Quando tenho um sonho, gosto de o concretizar e faço tudo para concretizar, mas há coisas que nos saem das mãos. Mas também fiz as pazes com Deus", acrescentou.

Mas não ficou por aqui, e além de recordar alguns dos casos que já defendeu e que a marcaram, também falou de outra grande perda. Suzana, conta, gostava muito de ser mãe, mas tem tido dificuldades em engravidar. A advogado já sofreu dois abortos, como partilhou durante a conversa com Júlia Pinheiro. A primeira vez que sofreu um aborto foi no ano passado e a segunda foi "há uma semana".

Em lágrimas, Suzana deixou uma mensagem a todas as mulheres que já sofreram ou que possam vir a sofrer as mesmas perdas, afirmando que é importante falar-se deste tema. "A primeira vez que nos acontece marca-nos para o resto da vida porque a segunda gravidez já não é vivida com o descomprometimento da primeira. Na segunda [gravidez] a pessoa já está a pensar se vai correr bem", partilhou.

"Há uma semana fui fazer a segunda ecografia, no mesmo dia a minha prima, que tem menos dez anos que eu, estava a fazer a mesma ecografia e tivemos o mesmo diagnóstico", contou, explicando que o embrião terá deixado de se desenvolver. "É ridículo mas ficamos a pensar, será que foi por ter comido papaia? A papaia pode ser abortiva. Será que foi porque fui ao ginásio? Será que foi porque trabalhei muito? Será que tudo...", confessou, destacando que há muitos abortos que não são "controláveis".

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