Começou tudo no papel de Filipa nos "Morangos com Açúcar"?
Começou antes. A minha primeira experiência como atriz foi aos 11 anos numa novela da SIC, "O Olhar da Serpente", e eu fazia a Rosa Castro André, quando era pequenina, num convento de freiras. Foi muito giro.
Até que surgiu a oportunidade dos Morangos?
Nunca mais pensei nisso, nem sequer queria ser atriz até ao dia em que surgiu o convite para os "Morangos" através da minha agência, a Central Models. Ganhei o concurso da Pantene com 16 anos e fiquei ligada à agência a partir daí.
Nessa altura estava a preparar-se para entrar na faculdade. Chegou a entrar?
Quando entrei nos Morangos tinha 17 anos e estava no 11º ano. Agora estou no segundo ano da Escola Superior de Comunicação Social no curso de Publicidade e Marketing, e tento conciliar o trabalho com os estudos.
Aquele trabalho foi mesmo uma rampa de lançamento. Desde aí nunca mais parou?
Entrei na serie "Equador", e, a seguir, na novela "Olhos nos Olhos". A última telenovela em que participei foi em "Mar de Paixão", também para a TVI, e fiz dois filmes, "Uma Aventura na Casa Assombrada", e cheguei há pouco tempo de São Tomé onde estive a filmar a "Teia de Gelo", do Nicolau Breyner, que estreia em Outubro. Foi uma experiência espetacular.
Entretanto foi estudar para fora...
Estive seis meses no Rio de Janeiro no ano passado a fazer três cursos: Preparação para TV e Cinema, um curso de Teatro e um curso de Teatro Musical. Neste último, tivemos um espectáculo de apresentação de três dias.
Porque escolheu o Rio para estudar?
Primeiro pela língua e depois porque adoro as novelas da Globo e achei que poderia ser uma mais-valia. Por outro lado, queria um curso de seis meses, porque também estou interessada em acabar a faculdade e se estivesse mais tempo fora acabaria por perder trabalho. A longo prazo adoraria ir estudar para Los Angeles.
Dividiu o apartamento com as suas amigas portuguesas que a acompanharam nesta viagem?
Sim. Era eu, a actriz Joana Ribeiro Santos e outra actriz do Conservatório, a Rita Brito. No Rio éramos uma comunidade enorme de portugueses que estão lá a estudar Erasmus.
Agora que acaba de regressar de São Tomé, já está a trabalhar?
Estou a fazer uma participação na série da SIC, a "Família Mata", e está a ser uma experiencia magnífica, porque estou a trabalhar com grandes actores: Rita Blanco, José Pedro Gomes, Marco Horácio, Octávio de Matos, Maria João Abreu, são todos fantásticos. A dificuldade é não me desmanchar a rir quando estou a contracenar com eles...
Já mora sozinha?
Não. Ainda moro com a minha mãe.
O que espera da vida?
Quero muito ser atriz. O curso que estou a tirar também é importante, sobretudo se houver alguma crise, é mais uma porta de saída, mas o que eu quero mesmo é representar! Se puder conciliar a publicidade e o marketing com a representação, melhor ainda. Também quero estar sempre acompanhada da minha família e dos meus amigos e viajar o máximo possível.
Para além das deslocações em trabalho tem estado a viajar para outros locais?
Durante os seis meses que estive no Rio, fartei-me de viajar, estive em Angra dos Reis, Ilha Grande, Minas Gerais e São Paulo. Antes de São Tomé, fui a Londres, ao México e a Barcelona.
Viaja sozinha?
Não gosto de viajar sozinha. Vou com a família ou com amigas.
Outras coisas que goste de fazer?
Adoro dormir. Detesto ter horário e nesta profissão temos de nos levantar sempre muito cedo, mas é um esforço que compensa. Gosto muito de ver peças de teatro. A última que vi foi "Os 39 Degraus", que estreou no Villaret, e diverti-me imenso. Também gosto de ir ao cinema e ler um bom livro. Gosto de estar com a minha família e adoro aqueles almoços que reúnem a família toda e se prolongam pela tarde fora...
Qual é a sua maior preocupação?
Ficar sem trabalho e perder as pessoas de quem mais gosto.
O que a faz rir?
Os meus amigos, pessoas com sentido de humor inteligente e os Gato Federento divertem-me sempre. O riso é muito importante.
O que a comove?
Um bom filme dramático e ver as pessoas de quem mais gosto a sofrer. Parece que sinto a dor delas.
A felicidade é o quê?
Não é constante, é feita de pequenos momentos. Estar no meio do campo a respirar ar puro pode ser um momento de felicidade, assim como dar um mergulho no mar, estar com os meus amigos, darem-me os parabéns depois de gravar uma cena que me corre bem, conhecer sítios novos, dar um abraço à minha mãe, um beijo à minha avó... tudo isso são momentos de felicidade!
Gosta de saborear a vida?
Tento saborear ao máximo... e estou muito agradecida à vida, porque tenho tido muita sorte.
É ambiciosa?
Sou um bocadinho ambiciosa, acho que todos temos de ser. Tento sobretudo ultrapassar os meus limites. No entanto, sinto que sou muito mais espiritual do que material. Não entrei neste mundo pelo dinheiro ou pela fama, entrei porque gosto muito daquilo que faço e quero ser reconhecida pelo meu trabalho.
O dinheiro é importante?
É um mal necessário. Não é o dinheiro que me faz feliz.
É vaidosa?
Um bocadinho. Acho que todas as mulheres são.
Não resiste a quê?
A sapatos e malas. Para mim, o melhor criador português é o Nuno Baltazar. Os vestidos são lindos! Cada vez que vou à Moda Lisboa nunca perco os desfiles dele.
Ainda trabalha com moda?
Faço alguns desfiles e algumas produções fotográficas.
Há algum momento especialmente marcante na sua vida?
Quando venci o concurso da Pantene. Fazia 16 anos naquele dia e foi sem dúvida um momento muito marcante. Foi graças a esse prémio que tudo começou.
As próximas férias onde vão ser?
Ainda não estão programadas, mas o meu destino de sonho é a Austrália e também gostava de conhecer a Indonésia.