O príncipe Carlos expressou o seu mais "profundo lamento" sobre o "duro impacto da escravatura" durante um discurso na sessão e abertura da Commonwealth Heads of Government Meeting (CHOGM) no Ruanda.

O príncipe, sucessor ao trono britânico, apelou aos líderes que se juntassem a ele no reconhecimento dos horrores relativos ao tráfico de escravos e outros assuntos sensíveis do passado colonial.

"Para libertar o poder do nosso futuro em comum, também devemos reconhecer os erros que moldaram o nosso passado. Muitos desses erros pertencem a uma época com valores diferentes e, de certa forma, a uma época com menos valores", defende.

"Não consigo descrever a profundidade da minha tristeza pessoal pelo sofrimento de tantos, enquanto continuo a aprofundar a minha própria compreensão sobre o impacto contínuo da escravatura", nota, afirmando que ele próprio continua a aprender sobre o assunto.

A cimeira no Ruanda, que aderiu à Commonwealth em 2009, realiza-se numa altura em que se levantam questões sobre o futuro da organização de 54 Estados-Membros perante a transição da monarquia britânica e as críticas ao passado colonialista.

A rainha Isabel II é a Chefe de Estado em 14 dos Estados-membros, mas alguns deles não escondem o desejo de se distanciar da monarquia, como fez Barbados, que proclamou oficialmente a república em novembro de 2021.

Na cimeira que se realiza hoje e sábado, os líderes dos países da Commonwealth vão discutir questões como as alterações climáticas, doenças tropicais e outros desafios que se tornaram mais difíceis com a pandemia da covid-19.

Além da rainha britânica, de 96 anos, vários chefes de Estado ou de governo optaram não se deslocar pessoalmente à reunião, como os primeiros-ministros indiano, Narendra Modi, e australiano, Anthony Albanese.

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