O príncipe Carlos encontrou-se hoje com o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, depois de visitar o memorial do genocídio de 1994 em Kigali, onde o herdeiro da coroa britânica deve participar numa cimeira de líderes da Commonwealth.

A reunião surge dez dias depois de a imprensa britânica ter noticiado a oposição do príncipe de Gales a um polémico plano do Governo britânico de deportar para o Ruanda os migrantes que chegaram ilegalmente ao Reino Unido.

Segundo o jornal The Times, o príncipe expressou repetidamente, em privado, o desacordo com o esquema de deportação, que classificou como "aterrorizante" e que teme que ofusque a reunião dos chefes de Estado e de Governo da Commonwealth, que se realiza sexta-feira e sábado e em que representa a mãe, a rainha Isabel II.

Chegado terça-feira a Kigali, o príncipe Carlos e a sua mulher Camilla foram recebidos por Paul e Jeannette Kagame no complexo presidencial de Urugwiro.

Os dois casais posaram para os repórteres-fotográficos antes de um encontro privado.

O casal real já havia visitado o memorial do genocídio de 1994, onde depositou uma coroa de flores brancas e conversou com sobreviventes dos massacres que provocaram pelo menos 800 mil mortos, principalmente da minoria étnica tutsi.

Em Londres, o Governo britânico apresentou hoje no Parlamento um projeto de lei que permite anular a decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH, na sigla em inglês), que em 14 de junho bloqueou à última hora a partida do primeiro avião com imigrantes para Kigali.

Este programa de deportação foi condenado por muitas organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos e pela ONU e Igreja Anglicana, que o classificaram como "imoral".

A concertação entre o Reino Unido e o Ruanda tem um custo de 120 milhões de libras (144 milhões de euros) e incidirá principalmente em homens sem responsabilidades familiares que chegam ao Reino Unido através de embarcações ou camiões.

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