A convite do IPAM - The Marketing School - vai assumir já a partir de setembro a coordenação da pós-graduação em Marketing Management. É mais um desafio na sua vida?
Sem dúvida! Os grandes desafios continuam a aparecer e isso ė sempre muito gratificante. Contribuem para um maior estímulo criativo e intelectual. Alimenta-me o acréscimo de responsabilidades nas diversas frentes onde me envolvo.  

É jornalista, empresário e apresentador de televisão. Sente-se preparado para ser professor?
Depois de duas décadas de trabalho prático, não tenho dúvidas que sim.  

Foi a sua marca “amo.te” que lhe deu know how para partilhar com os atuais e futuros marketeers os conhecimentos práticos adquiridos ao longo da carreira?
Gerir a marca “amo.te” tem sido um trabalho fascinante. Desde o momento da sua ativação e já passaram 10 anos. Uma viagem profissional única, transversal e completa nas diversas áreas do negócio, que me formou um melhor e mais competente profissional. Mas toda a experiência anterior no universo da moda, da rádio e da imprensa também foi essencial.  

Tem estado a preparar-se exaustivamente para a atividade docente?
Aprendi na rádio que o melhor improviso é o que está escrito, ou seja, claro que tenho sempre preparado e alinhado o trabalho que irei realizar, embora me alimente muito do improviso.

A Fernanda incentivou-o para mais esta etapa?
Incentiva permanentemente.  

A marca “amo.te” comemora 10 anos. Depois do Meco, seguiu-se Chiado, Tejo e Lisboa. Foi surpreendido com o sucesso da sua própria marca?
Em parte sim. Mas lembro-me da primeira vez que escrevi a palavra e fiz um esboço de um coração no papel, acreditei logo ali naquele momento que estava a desenhar uma marca que podia ser fortíssima, intimista, original e, felizmente, assim foi. Somos a primeira “love brand” portuguesa e temos um trabalho realizado em gestão e estratégia de marca que fala por si.

Para além dos restaurantes tem vindo a criar inúmeros produtos com a marca “amo.te”. Já só falta o hotel, um dos seus sonhos mais antigos?
É verdade. Temos os nossos vinhos, compotas, azeite, linha de louças, roupa, perfume, etc. Iremos ainda este ano apresentar novos produtos de merchandising. Na hotelaria, começámos a trabalhar o projecto do hotel “amo.te” em 2004, com a abertura do “amo.te Pine Cliffs” em 2008, estivemos quase a concretizá-lo, mas com o agravar da conjuntura económica internacional foi sendo adiado, mas acredito seriamente que vai abrir portas num local inesperado a médio prazo.

A crise está a fazer-se sentir nos seus restaurantes?
Sempre fomos realistas. Nunca vivemos acima das nossas possibilidades. E devo confessar-lhe que na última década a palavra crise esteve sempre presente. Quem nunca viveu e recebeu um subsídio, sabe que com trabalho consegue resultados. E já passaram 10 anos e continuamos uma marca sólida. Com criatividade e competência finta-se a crise.  

Está preocupado com os tempos que aí vêm?
Mentiria se respondesse que não. Mas a atual conjuntura ė também uma oportunidade para estimular o crescimento e procurar novos e bons negócios ou parcerias. Sou um resistente otimista e isso diz tudo.

Em 2006 recebeu o prémio Personalidade Marketing da Distribuição atribuído anualmente pela Associação Portuguesa dos Profissionais e Marketing. Foi um estímulo para a continuidade do seu trabalho?
Foi um reconhecimento do trabalho realizado com a marca “amo.te”. Mas, felizmente, todos os dias recebemos opiniões e comentários que são igualmente um prémio por aquilo que temos vindo a fazer.

Apesar de todas as suas actividades empresariais nunca escondeu o seu prazer pela comunicação. Sonha com novo regresso à televisão?
Tenho tido nos últimos tempos uma relação toca e foge com a televisão. Isso deve-se, no meu entender, a dois fatores, as poucas oportunidades que têm existido no entretenimento na televisão portuguesa, e, por outro lado, ao fato de no nosso País ser difícil compreender as competências de um profissional em mais que uma área. Para muitos um bom canalizador não pode ser um bom médico ou empregado de mesa. É pena existir essa mentalidade entre nós. Mas estou disponível e sei que vou regressar em breve.

O seu filho Santiago tem seis anos, a Laura, três, e a Maria Luísa, dois. Ainda tem braços para mais filhos? Ė bom ser um pai elástico?
É o melhor da vida. Sem essa elasticidade a vida não teria o mesmo sabor.

Quando a Fernanda está a gravar costuma levar os seus filhos à escola. Ainda vai conseguir cumprir esse ritual com mais uma actividade profissional?  
Sempre.

Que brincadeiras é que os seus filhos lhe pedem para fazer com eles?
As normais em cada uma das idades.

Qual o melhor programa para fazer em família?
Muitos…

Qual é o seu maior receio?
O Benfica não ser campeão esta época!

O que o motiva?
A família, os amigos, acordar, olhar o mar, os meus discos, apanhar umas ondas, correr e ser convidado para umas degustações felizes!  

Ainda diz todos os dias à sua mulher que a ama?
Ela sabe… que…digo.

É um marido romântico?
Sou.

Apesar de todas as vicissitudes por que tem passado, é feliz?
Sim.