Descreva-nos o "First Love"...

É um espaço temporário que vai estar aberto durante o Verão. Tem este nome ("First Love") porque o primeiro amor foi o "amo.te Meco", que aqui inaugurámos há nove anos. Está aberto desde as quatro horas da tarde até às três da manhã, com uma discoteca a céu aberto. Funciona como um complemento ao restaurante. Queremos que este espaço respire os valores da própria aldeia...informal, num sítio único onde o stress não entra.Desde que começou esta aventura empresarial, o que é que mudou?

As pessoas não mudaram. Houve pequenas alterações no meu bilhete de identidade. Passei a estar casado, com três filhos (risos). Não é fácil preservar durante tanto tempo este espaço, numa aldeia, a 35 minutos de Lisboa. É uma tarefa árdua e difícil. Estamos mais maduros e com mais responsabilidade. De resto nada mudou. Somos os mesmos. Continuamos a tomar banho de mangueira, continuamos o mesmo grupo de amigos e confiamos em clientes que estão connosco desde o início.Digamos que o Meco é, para si, um lugar muito especial...

Este sítio é tão perfeito que gostaria de implementar aqui o nosso projecto futuro: uma unidade hoteleira própria. Um hotel "amo.te", na Aldeia do Meco, que fizesse valer o ecoturismo.

A Aldeia do Meco representa muita coisa. Foi aqui que conheci a Fernanda (Serrano). Foi aqui que comecei a namorar com ela. Grande parte da minha adolescência foi vivida aqui e foi aqui que nasceu a marca "amo.te". No Meco vivemos mais felizes. Costumo dizer que é como aquela namorada que anda descalça, que não usa maquilhagem, que não compra revistas nem jornais e que vive num outro mundo. Deste "Primeiro Amor", a Fernanda Serrano não tem ciúmes?

A Fernanda é cliente assídua do "amo.te Meco". Agora, que vai começar a gravar a novela, já não será bem assim. Felizmente! É obvio que ocupo aqui grande parte do meu tempo. Afinal, tenho uma marca para gerir e isso dá muito trabalho. São dias e noites aqui. Para ter êxito tenho que entregar-me a tempo inteiro. Digamos que faço um esforço adicional para que a família não saia prejudicada. Há uma boa gestão. Diz "Amo-te" muitas vezes?

Todos os dias. Digo "Amo-te" à minha mulher e aos meus filhos. É uma palavra muito importante na minha vida. Há nove anos era tabu e agora é usada por todos no dia-a-dia. No mundo da comunicação e da publicidade a palavra não era dita e as pessoas tinham vergonha de mostrar o seu coração e dizer "Amo-te". Como pai e marido, acorda a dizer "Amo-te"?

A palavra está enraizada em mim. É das palavras mais ricas que nós temos. Quando é dita tem uma força enorme e pode abranger muita coisa e muitos sentimentos. Não pode ser usada de uma forma corriqueira.A Fernanda retribui?

Claro. Diz-me todos os dias!Tem saudades da televisão?

Ainda não. Passaram dois meses desde a última aventura na Argentina. O meu percurso tem sido feito desta maneira, com desafios temporários. Abracei o entretenimento mas os formatos são poucos. Não estando nos quadros de uma estação de televisão, é natural que fique em ‘stand-by' durante alguns meses.  Gostaria de voltar a fazer um programa como o "Big Brother"?

O "Big Brother" marcou o audiovisual em Portugal. Foi o mais importante na década de 90. Aprendi muito com o programa, com a Endemol e com a Teresa Guilherme, que é uma profissional extraordinária.  Foram cinco anos de vivências muito fortes num formato que paralisou o país. Gosto de olhar para futuro, mas é obvio que deixou alguma saudade. Não acredito no regresso do programa mas sei que este ficou para a história. Foi um privilégio co-apresentar o programa com a Teresa, que ainda hoje está presente na minha vida. (Entrevista: Joana Côrte-Real)

(Fotos: Bruno Raposo e Arquivo/SapoFama)