Maria Conceição foi expulsa do ‘Big Brother 2021’ este domingo, 10 de outubro, e esteve à conversa com os jornalistas depois de ter estado no ‘Dois às 10’, na manhã desta segunda-feira.

Falando sobre as razões que a levaram a pedir para sair da casa mais vigiada do país, explicou: “Em primeiro lugar, nunca me senti muito integrada na casa. Aquele conjunto de concorrentes era muito mais novo e não me adaptei muito bem, logo de início fiquei muito em baixo”.

“Na segunda semana pensei em sair, e depois dizia que desistir não era opção, que ia esperar que me expulsassem. Depois como me apelidaram de planta… Nunca ninguém me levou muito a sério, diziam que eu andava lá só a limpar e que se tinha ido lá para limpar mais valia ter ficado em casa, que nunca encontrei o meu lugar, que não sabia o que é que andava lá a fazer”, acrescentou, destacando que “não queria estar a ser mal educada e passar uma imagem daquilo que não queria ser”.

Não quero ser uma má pessoa, tento todos os dias ser melhor e não era por causa de um jogo que ia deitar tudo a perder”, frisou, referindo que não queria “envergonhar a família” e os mais próximos. “Antes que isso acontecesse, porque também tenho muito mau feitio, disse logo que não ia apelar para que me salvassem porque não queria ficar. Estou muito feliz porque vou voltar à minha vida”, continuou.

Acabada de sair do programa, ainda está a recolher toda a informação, mas já recebeu várias mensagens de pessoas que fizeram questão de lhe dizer que “estavam muito orgulhosas”. E o importante será a palavra daqueles que considera relevantes para a sua vida. “O que as outras pessoas dizem não me interessa para nada porque vou viver para Valongo, com as mesmas pessoas, vou outra vez para a minha paróquia, estar com os meus meninos da catequese, esses é que não queria desapontar”, afirmou.

O resto dos portugueses, pensem o que pensarem, não me importa mesmo. Quem me escolheu para estar aqui foi toda uma equipa, é porque eles viram que eu tinha capacidades para cá entrar e que merecia o voto de confiança deles. Já pedi desculpas a quem tive de pedir. Esta produção é incrível, eu se tive mais tempo foi por causa deles, que sempre me acolheram muito bem, senti-me muito bem na casa do ‘Big’. Tive a minha oportunidade. Se fiquei lá até agora foi por mérito meu. Os portugueses fizeram aquilo que acharam que tinham de fazer”, acrescentou.

Maria Conceição “não se arrepende” de ter entrado nesta aventura e “fazia exatamente igual”. “Se soubesse o que sei hoje, se calhar, não andava a limpar tanto. Mas limpava porque às vezes estava lá e nem sabia o que é que se estava a passar. Quando vinham falar comigo, aquilo já tinha ocorrido tudo, já toda a gente sabia menos eu. Por isso, eles diziam que eu não sabia o que é que andava lá a fazer, e eu muitas vezes também não sabia o que é que andava lá a fazer”, desabafou.

Eu sou assim, quem gostar, gosta, quem não gostar, não gosta… Já fui amada e odiada muitas vezes. Tenho 50 anos, fui odiada muitas vezes, a maior parte da minha vida foram as mulheres que me tentaram calcar. O que não pensava é que ia encontrar tanta juventude com tantas maneiras de ser tão diferentes, com linguagem que eu não entendia às vezes… Não estava no meu mundo. Aquilo que é desconhecido para mim ainda me mete medo”, partilhou.

Maria Conceição falou ainda dos “altos e baixos” que viveu dentro da casa mais vigiada do país. “Um dia queria ficar e no outro já queria sair… Mas, acima de tudo, adorei a experiência e senti-me muito acolhida lá na casa por alguns”.

Falando particularmente sobre os concorrentes que lhe “metiam medo”, Maria apontou Yeniffer. “Ela tão depressa estava a rir-se como, de repente, se transformava e eu não sabia como é que havia de falar para a miúda, até tinha medo de dizer alguma coisa que ela não gostasse e depois cair-me em cima. Foi a única que não consegui entender bem se estava a representar ou se estava a jogar… Mas se ela é assim, é a maneira de ela ser e tentei respeitar ao máximo”, acrescentou.

Apesar de na primeira impressão se ter sentido mais “em baixo”, com o passar dos dias também “começou a participar mais nas atividades e a fazer o melhor possível”. “Adorei e adoro o João porque ele deu-me a oportunidade de mostrar que a Maria é mais do que uma simples empregada doméstica, que conseguia fazer as provas. Foi ele que me meteu na prova que acabámos por perder por causa de duas meninas mais novas. A Maria aguentou-se até ao fim, eles acharam isso um máximo. A Maria tem 50 anos e o que me custa mais é o psicológico porque fisicamente estou muito bem”, destacou.

Em relação à família, no que diz respeito à vontade que teve para sair da casa nesta última semana, a concorrente contou que o marido, António, ficou “triste” por ter saído. Apesar de ao início não ter sido a favor da sua participação no programa, o que é certo é que mudou a sua opinião e gostava que a companheira se mantivesse mais tempo no formato.

Eu não sabia e isso também condiciona muito uma pessoa. Ele ontem disse-me que estava triste”, revelou, referindo, no entanto, que mesmo que soubesse da opinião do marido antes de sair, não teria mudado de ideias. “Sou muito teimosa. Metendo uma coisa na cabeça, vou em frente. O meu marido também não queria que eu viesse e eu vim”.

A ideia era levar o prémio para casa, mas como sentiu que não iria conseguir aguentar-se no programa até 31 de dezembro, “também andar a arrastar mais uma semana e outra” não era a sua intenção. “E agora ia ser tudo a bater no mesmo porque agora a Maria era um voto fácil. A partir do momento em que ouviram a Maria a dizer que queria sair, então quem não quer estar cá não está. Ia ser todas as semanas a mesma coisa e eu não ia ter paciência para arrumar e desarrumar quatro malas”, acrescentou.

Na gala deste domingo, 10 de outubro, Maria Conceição contou com a presença do filho. “É o meu amor, a minha vida. Perguntei-lhe se o tinha desiludido e ele disse que não, que eu nunca o desiludo e que saí quando tinha de sair. Bastou isso para ficar bem. E depois a minha mãe, que era quem mais me preocupava, quando me disse que fiz o que tinha a fazer e que saí na hora certa… Fiquei super feliz”, salientou.

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Sobre a atual relação com a mãe depois de todos os momentos difíceis que viveram juntas, Maria teceu rasgados elogios à progenitora: “Dei muito trabalho à minha mãe. Eu era muito rebelde, ainda hoje sou com 50 anos. A minha mãe é uma guerreira. Olhando para trás, tento ver aquilo que ela passou e tento compreender porque é que ela reagiu naquele tempo daquela maneira. E depois tenho uma fé enorme em Deus e acho que ele faz tudo na hora certa. Tem-me dado muita capacidade para eu saber lidar com a minha mãe, para nos entendermos. E ontem quando cheguei ao estúdio só quis agarrar a minha mãe e abraçá-la. Nunca pensei que ela ia lá estar. Ela também não queria que eu participasse no programa. E quando me disse que estava muito orgulhosa de mim… Valeu a pena”.

"As mulheres vão sempre tentar atropelar-se umas às outras”

Maria Conceição realçou também que dentro da casa do ‘Big Brother’ os homens “protegem-se ao máximo”. “Se for com uma mulher não é assim. Parece que as mulheres não gostam de ver as outras evoluir, subir na carreira e ter uma vida boa, bonita. Toda a vida senti isso".

"Trabalhei 20 anos num armazém, dei tudo de mim, trabalhei muito, estive praticamente três anos à frente porque os meus patrões adoeceram e eu é que tomei as rédeas, e depois não me valeu de nada porque as pessoas apunhalavam-me pelas costas, falavam mal de mim. Depois despedi-me e vim-me embora. No sítio onde não estou bem, vou-me embora. Despedi-me de imensos trabalhos porque o ambiente entre as mulheres não é bom”, justificou, afirmando que “dá-se muito melhor a trabalhar com homens do que mulheres”.

As mulheres estão sempre a atacar-se umas às outras. Não têm nada de construtivo para dizer às outras, pelo menos eu nunca senti”, frisou.

Não defendendo a causa de Ana Morina, cuja 'bandeira' dentro da casa é a sororidade, Maria Conceição afirma que apoia a colega “enquanto pessoa”. “Identifico-me com aquilo que ela se propõe fazer porque no fundo ela não quer fazer mal a ninguém, ela quer a união entre as mulheres e isso era o que eu queria há 20 anos. A partir do momento em que me fazem mal, não acredito em nada do que ela diz. E acho que no nosso país isto nunca vai mudar. Não sei se lá fora é igual, mas aqui nunca vai mudar, as mulheres vão sempre tentar atropelar-se umas às outras”, destacou.

Ainda sobre a concorrente, sente que Ana Morina é um alvo para os restante concorrentes. “Eles começaram a bater naquilo da sororidade e agora vão apanhar qualquer coisa de ponta para lhe aplicar isso. Basta dizer uma coisa que eles vão logo buscar a causa. Muitas vezes ela não a procura, mas eles vão buscar para ser um voto fácil. Assim é mais fácil nomear a Ana Morina, que é uma pessoa que já tem passado lá dentro e não é muito bom, do que estar a nomear um amigo qualquer”, explicou.

Sobre a opinião de algumas pessoas que diziam que Conceição estava a tornar-se numa Ana Morina, a concorrente afirmou: “Não sou uma cópia porque não acredito na causa dela e a Ana Morina é uma mulher muito inteligente e eu não sou assim tanto. E depois há uma coisa, a Ana Morina sabe muito bem estar. Ela vai-se a baixo, chora, tem as fraquezas dela, mas tem uma força muito grande. Eu sou muito mais frágil. Se não fosse a Ana Morina eu não estava lá. As primeiras semanas foram péssimas e ela é que puxou por mim. Por isso é que procurava por ela”.

Questionada sobre se o filho se teria dado melhor no programa, Conceição respondeu: “Não tinha paciência nenhuma, e ele tem muita prova dura na vida. O meu António é que disse ontem que para o ano ia inscrever-se. E eu disse que não, agora não deixo eu”.

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Acerca da entrada da nova concorrente, Felicidade, mãe da ex-'Casa Dos Segredos' Vânia Sá, Conceição não escondeu o desagrado com as palavras da nova participante.

"Dizer que eu era rancorosa? De quê? Ainda bem que eu saí porque já não fui bem com a cara da senhora. Entrou muito a atacar... Ela também já sabe o que nós éramos. Mas rancorosa acho que foi uma palavra muito forte e que eu não sou rancorosa. Já fui, agora não", disse, mostrando ainda o seu descontentamento com o facto de a nova concorrente e estar também a lutar pelo prémio final.

"Ela vai daqui de fora, já nos conhece a todos, sabe muito bem o que fazer e não fazer, sabe muito bem o que os portugueses pensam de cada concorrente... Não acho justo. Mas ela entrar a meio do programa sim, para abanar aquilo. Não podem andar lá todos aos beijinhos e abraços", acrescentou.

Maria Conceição “não quer nada ser famosa, quer ir para Valongo, fazer as suas caminhadas com a amiga e comer os seus crepes”.

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