Rita Pereira foi a grande convidada da emissão deste sábado, dia 13 de janeiro, do programa 'Conta-me', tendo sido entrevistada por Maria Cerqueira Gomes.

A conversa teve lugar no Rio de Janeiro, no Brasil, onde Rita se encontra há já vários meses para gravar a série 'Dona Beja', da HBO Max. Filmar neste país foi sempre um sonho para Rita, embora o esteja a pagar muito caro, com as saudades da família, de quem tem estado afastada.

"Nunca pensei que ia sofrer desta forma", começou por dizer Rita, que de seguida confessou: "Choro muitas vezes em casa, coisa que não faz muito parte da minha personalidade. Chego muitas vezes a casa e choro de saudade. Estou muito feliz com esta grande oportunidade mas a saudade está sempre aqui ao meu lado".

A atriz, mãe do pequeno Lonô, de cinco anos, disse ainda que só começou a sentir muita saudade "duas semanas" depois da mudança e não nega que este afastamento tem sido "muito difícil".

Ainda assim, a atenuar toda a carga emocional está o facto de o companheiro, Guillaume Lalung, a ter apoiado incondicionalmente desde o primeiro momento: "Ele já me conheceu neste meio. Ele sabia que eu tinha este sonho e sempre me apoiou. Não vim com nenhum receio, sabia que ele me ia apoiar e que ia ficar com o Lonô e dizer 'vai que eu fico aqui e está tudo bem'. Ele acreditava muito mais que eu ia ficar do que eu. É o meu primeiro projeto que não é na TVI, tudo isto é uma grande mudança".

Agora, Rita vive uma nova fase da carreira. Trabalha com atores que não conhecia minimamente e aproveitou, segundo diz, para "começar do zero". "As pessoas que me conheceram nesta série, estão a conhecer a Rita lá de casa, a Rita que não traz armas, que não tem carapaças... o que sinto é que não estou a ser olhada com preconceito, que estou a ser valorizada. Ninguém sabe nada sobre mim, ninguém ouviu uma notícia falsa sobre mim... Posso começar do zero e ser a atriz que queria ser em Portugal e que não consigo ser a 100% porque tenho de ter sempre algum escudo", vincou.

Rita confessou ainda que vários dos seus novos colegas acharam que a sua mudança temporária para o Brasil se deveu ao facto de não ter trabalho em Portugal e, apesar de isso não corresponder à verdade, opta por não lhes dizer, dado que acha "engraçado". "Dá-me orgulho, porque é preciso coragem estar no nível em que estou em Portugal, com trabalho e com um contrato há 20 anos no mesmo canal, e, de repente, largar tudo, congelar o meu contrato, para vir para aqui sozinha, sem ninguém me conhecer, para começar do zero porque queria conquistar este sonho. Acho que é preciso ter coragem", completou.

A fazer o seu primeiro trabalho na área da representação fora da TVI, Rita manifestou o seu desejo em experimentar fazer teatro e cinema, acreditando que a falta de convites nesse sentido estejam relacionados com "preconceito do nosso mercado". "Não sei se sou péssima atriz, se calhar não tenho capacidades para fazer cinema mas depois chego ao Brasil e tenho capacidades para fazer alguma coisa. (...) Já tentei que dessem valor ao meu trabalho em Portugal", atirou.

Rita lembrou ainda o início da sua carreira, com os 'Morangos com Açúcar', mas não nega que foi em 'Doce Fugitiva', com o seu primeiro papel como protagonista, que se apaixonou verdadeiramente por esta área: "Aí percebi que isto é muito difícil mas que gosto disto, que era isto que queria fazer".

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