Dez anos depois, Miguel Sousa Tavares, que recentemente saiu da TVI, regressa aos ecrãs da SIC na próxima segunda-feira, dia 22, com "Sinais de Fogo", um novo programa semanal de informação. E para noite de estreia, não podia ter escolhido melhor: terá em estúdio, para uma entrevista que promete, o primeiro-ministro José Sócrates

"Seguindo o meu critério de ter em estúdio alguém que é notícia, escolhi uma pessoa que, neste momento, é o centro das notícias. A menos que não apareça, será o primeiro-ministro", anunciou Miguel Sousa Tavares, ontem, ao fim da tarde, na apresentação do novo formato aos jornalistas.

De 57 anos de idade, o polémico ex-comentador do "Jornal Nacional", da TVI, celebra este ano uma carreira de três décadas e continua encantado com a profissão:

"O jornalismo foi a salvação da minha vida e, até agora, nada nem ninguém me fizeram desistir dele. Nós servimos o jornalismo, não é o jornalismo que nos serve a nós", explica Sousa Tavares. "Posso gaguejar, estar despenteado ou com a gravata ao lado, mas isso são pormenores. O que quero é terminar o programa com a sensação de que não foi em vão", admitiu a SapoFama.

"Sinais de Fogo" será transmitido todas as segundas-feiras, às 21 horas, em directo, a partir dos estúdios de Carnaxide. O genérico tem música de Rodrigo Leão. Como pano de fundo há uma frase, extraída do romance de Jorge de Sena, que dá nome ao programa do jornalista e se aplica na perfeição às intenções do autor: "A realidade é sempre mais vasta do que a compreensão".

Voltar aos directos e ao formato de entrevista não é coisa fácil para Miguel Sousa Tavares que, ainda hoje, se confessa pouco à-vontade perante as câmaras e o público: "Estar sozinho assusta-me. Voltar a fazer entrevistas dez anos depois e começar logo com o primeiro-ministro, sozinho e em directo, é muita coisa junta", assume o jornalista, que classifica a duração do programa como "50 horríveis, penosos e dramáticos minutos".

Recém-chegado do Rio de Janeiro, onde passou uns dias de férias, Sousa Tavares glorifica a "liberdade" como "valor fundamental" da sociedade civil. De baterias recarregadas, o jornalista e escritor diz-se preparado para enfrentar mais um desafio na sua vida. "Estou sempre preparado porque o meu trabalho é estar informado. Um dia, perguntaram-me quanto tempo levava a preparar os comentários, ao que respondi 30 anos", conclui a nova estrela da SIC.

Na Sociedade de Geografia de Lisboa, onde o programa foi apresentado, Luís Marques (director-geral da SIC), Nuno Santos (director de Programas) e Paulo Portas elogiaram o trabalho de Miguel Sousa Tavares.

Veja como foi.

(Texto: Joana Côrte-Real)

(Fotos: Bruno Raposo/SapoFama)