Prestes a terminar as gravações de “Mulheres”, da TVI, Maria Rueff faz um balanço “muito bom” desta sua estreia no mundo das novelas. Habituada aos papéis humorísticos, deu a volta ao texto e construiu uma “Margarida” tão dramática que chegou a impressionar e a comover a sua própria filha, Laura, de 10 anos.

As gravações de “Mulheres” terminam em novembro. Que balanço faz da sua primeira novela?

As gravações estão na reta final e são quase de sol a sol. Foi um projeto muito, muito bom. Estive vinte anos quase sempre com os mesmos atores e a fazer a mesma coisa e poder ter a contracena de pessoas que já admirava e com as quais nunca tinha trabalhado foi uma experiência maravilhosa. Só assim é que uma pessoa se renova, com sangue novo, com outras ideias, com outras pessoas.

Ficou com o “bichinho” das novelas?

Tenho o “bichinho” da representação cá dentro há muitos anos. Fiquei com vontade de voltar a fazer ficção seja em que formato for. Voltarei ao formato novela com todo o gosto, estou aberta a todos os convites. Aceito tudo o que me desafie e faça sentido.

Julga que as pessoas passaram a olhá-la de outra forma como atriz nesta incursão fora do humor?

Julgo que as pessoas sempre tiveram a grande meiguice de saber que eu sou isto, atriz. As pessoas sabem que volto e meia gosto de ir para praias diferentes e receberam esta minha personagem de braços abertos, como recebem um boneco de comédia. Conseguir que, passados 20 anos, o público aceitasse que eu lhes desse outro produto também foi muito gratificante.

Como foi para a sua filha, Laura, de 10 anos, vê-la assim num papel tão dramático?

A Laura, realmente, comovia-se muito, fazia-lhe muita impressão ver-me chorar. Ele dizia-me: “Faz-me impressão, pareces mesmo tu a chorar”. Mas ela já está treinada para me ver em facetas diferentes… Quem tem uma mãe de bigodes, espera que a mãe possa fazer tudo (risos).

A Laura sente vaidade em ter pais famosos?

Uma das belíssimas coisas que a minha filha tem é que não é nada deslumbrada, nem tem a mania por ser filha de duas figuras públicas. Tanto eu como o pai (o apresentador José Pedro Vasconcelos) tentamos sempre que ela vá à procura da sua estrelinha. Ela é uma acrobata, uma ginasta federada e tem muito que treinar e mais que fazer. Eu, que sou uma pata choca, fico orgulhosíssima.

A sua menina também aptidão para a representação?

Ela é filha de dois cómicos e tem imenso talento. Acho que ela pode ser o que quiser. Não lhe imporei nada, nem lhe proibirei coisa nenhuma. Tem é que fazer o percurso dela e não por ser “filha de”.

A Maria Rueff já tem projetos para depois da novela?

Sim, mas deixo o anúncio para a altura oportuna. Em princípio voltarei ao teatro, que é a minha grande praia.